22/11/2022 - 08:30 - 10:00 CC3.11 - OS DESAFIOS DA SUPERAÇÃO DAS DESIGUALLDADES NOS TERRITÓRIOS E POPULAÇÕES VULNERABILIZADAS |
42486 - FATORES SOCIOECONÔMICOS CONTEXTUAIS E DESIGUALDADE SOCIAL EM SAÚDE: EVIDÊNCIAS DA PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE 2019 JULIANA VAZ DE MELO MAMBRINI - FIOCRUZ MG, SOPHIA ARAÚJO DE MORAES - UFMG
Apresentação/Introdução As desigualdades em saúde têm ocupado cada vez mais espaço no campo da Saúde Coletiva. Estudos têm demonstrado a associação entre fatores contextuais e diferentes desfechos de saúde, colocando o contexto como um importante determinante de eventos de saúde. Contudo, a relação entre fatores socioeconômicos contextuais e a desigualdade social em saúde é pouco explorada na literatura.
Objetivos Investigar, entre as Unidades da Federação Brasileiras (UFs), a relação entre desigualdade social em saúde e os fatores contextuais Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), renda per capita e desigualdade de renda, avaliada pelo Índice de Gini.
Metodologia Estudo transversal baseado em dados de participantes idosos da Pesquisa Nacional de Saúde 2019. Como indicador de saúde, foi utilizada a autoavaliação de saúde. A desigualdade social em saúde foi medida pelo Índice de Concentração, sendo a escolaridade o marcador socioeconômico. As variáveis contextuais Índice de Desenvolvimento Humano, Índice de Gini e renda per capita foram obtidas do Atlas do Desenvolvimento Humano Brasil. A associação entre a desigualdade social em saúde e as variáveis de contexto foi estimada pela correlação de Pearson. As análises estatísticas foram realizadas no Stata 13.0 e no ambiente R e consideraram o desenho complexo da amostra e nível de 5% de significância.
Resultados A amostra analisada foi composta por 55.066 participantes, com idade média igual a 69,7 anos, sendo 56,7% do sexo feminino e 63,5% com Ensino Fundamental Incompleto. Em relação ao desfecho de saúde, 33% autoavaliaram seu estado de saúde como regular, ruim ou muito ruim, com variação significativa entre as Unidades da Federação. A desigualdade social em saúde, mensurada pelo Índice de Concentração, variou de 0,055 (no Distrito Federal) a 0,139 (no Maranhão). Foi encontrada correlação negativa e estatisticamente significativa entre a desigualdade social em saúde e os indicadores contextuais, sendo maior a desigualdade social em saúde entre as UFs de menor IDHM e menor renda per capita.
Conclusões/Considerações Apesar dos avanços observados nas últimas décadas, estudos revelam a persistência de desigualdades em saúde no Brasil. Os resultados encontrados reforçam a relevância de se considerar os fatores contextuais na análise de desigualdade social em saúde na população brasileira, evidenciando que as iniquidades em saúde são determinadas também por fatores macroeconômicos e sociais, para além daqueles individuais já bem estabelecidos na literatura.
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