Comunicação Coordenada

22/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC3.10 - EQUIDADE E INTEGRALIDADE NO CUIDADO DAS DOENÇAS CRÔNICAS

43186 - ASSOCIAÇAO DO TRABALHO INFANTIL E COMPORTAMENTOS RELACIONADOS ÀS DOENÇAS CRONICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS
ALAN CRISTIAN MARINHO FERREIRA - UFMG, ALANNA GOMES DA SILVA - UFMG, CRIZIAN SAAR GOMES - UFMG, ELLEN CRISTINE COELHO SANTOS - UFMG, PEDRO HENRIQUE SILVA MENEGHETTI - UFMG, DEBORAH CARVALHO MALTA - UFMG


Apresentação/Introdução
Define-se como trabalho infantil aquele realizado por menores de 18 anos, sendo proibido no Brasil, exceto na condição de menor aprendiz. Esse trabalho no contexto de vulnerabilidade e pobreza, pode afetar a saúde física, psíquica e social dos adolescentes e estimular uma adultização precoce e a adoção de comportamentos de risco para as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT).

Objetivos
Analisar o perfil do trabalho infantil e sua associação com os comportamentos relacionados às DCNT.

Metodologia
Estudo transversal com dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2015. Analisaram-se 10.296 escolares entre 13 e 17 anos de escolas públicas e privadas de todo o Brasil. Definiu-se como variável exposição a realização de algum tipo de trabalho e variáveis desfechos indicadores de alimentação e o uso de drogas lícitas e ilícitas. Na análise descritiva, estimou-se as prevalências total e o intervalo de confiança de 95% (IC95%). A análise de associação foi realizada usando regressão logística bruta e ajustada por sexo, idade e dependência administrativa da escola. A PeNSE 2015 foi aprovada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa para Seres Humanos sob o parecer de número 1.006.467.

Resultados
16,9% (IC95%: 15,1-18,9) dos adolescentes trabalhavam, sendo a prevalência maior: nos meninos (61,5%; IC95%: 57,7-65,2); com 16 ou 17 anos (59,2%; IC95%: 53,2-64,9); nos brancos (39,3%; IC95%: 35,5-43,1) ou pardos (38,9%; IC95%: 35,4-42,5); de escolas públicas (91,5%; IC95%: 86,5-94,7); filhos de mães com até o ensino fundamental (28,5%; IC95%: 24,8-32,4); e na região Sudeste do país (40,3%; IC95%: 33,5-47,5). Esses trabalhadores apresentaram maior chance de consumo de: tabaco (ORaj: 2,09; IC95%: 1,63-2,68); bebida alcoólica (ORaj: 2,23; IC95%: 1,91-2,60); drogas ilícitas (ORaj: 1,96; IC95%: 1,50-2,56); guloseimas (ORaj: 1,32; IC95%: 1,15-1,50) e refrigerantes (ORaj: 1,39; IC95%: 1,14-1,70).

Conclusões/Considerações
Em 2015, 16,9% dos adolescentes trabalhavam, apresentando esses indivíduos maior risco de adoção de comportamentos de risco relacionados às DCNTs, como o uso de drogas e alimentação não saudável, demonstrando a importância do acompanhamento desses comportamentos para o apoio à implementação de novas ações de promoção e proteção da saúde, bem como na avaliação das já existentes.