Comunicação Coordenada

22/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC3.10 - EQUIDADE E INTEGRALIDADE NO CUIDADO DAS DOENÇAS CRÔNICAS

42208 - O ACESSO À SAÚDE PELA POPULAÇÃO NEGRA COM DOENÇAS CRÔNICAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE DE UM MUNICÍPIO DO RIO GRANDE DO SUL
1. VANIA CELINA DEZOTI MICHELETTI - UNISINOS, 2. SCHEILA MAI - UNISINOS, 3. JÉSSICA ROSIANE DE BRITO - UNISINOS, 4. MARIA EDUARDA MOUTINHO - UNISINOS, 5. LUÍS RICHARD MERCAUS - UNISINOS, 6. MARINA TREMARIN TRAMONTINI - UNISINOS, 7. GIOVANE PRADO DE LIMA - UNISINOS, 8. BRUNA MICAELE BARCELOS - UNISINOS, 9. GREICE LAGUNA - UNISINOS, 10. FABIANA CHIELA RIBEIRO - UNISINOS


Apresentação/Introdução
As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) constituem-se como a principal causa mundial de mortalidade. Entre os grupos de maior risco para desenvolvê-las, está a população negra. Ao considerar as iniquidades em saúde, e a dificuldade de acesso aos serviços de Atenção Primária à Saúde (APS), esse risco ainda aumenta.


Objetivos
Identificar a prevalência de pessoas negras com Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), Diabete Mellitus (DM) e Obesidade na população acompanhada pelas equipes de APS de um município da região metropolitana de Porto Alegre/RS.

Metodologia
Trata-se de um relato de pesquisa referente a recorte de uma pesquisa financiada pelo CNPq (edital 27/20), intitulada “Estratégias de Intervenção Intersetoriais na Prevenção e Controle de Diabete Mellitus, Hipertensão Arterial Sistêmica e Obesidade na Atenção Primária à Saúde, em um município do Rio Grande do Sul”. A pesquisa busca analisar a prevalência de HAS, DM e Obesidade em adultos maiores de 18 anos acompanhados na APS do município, caracterizar o perfil sociodemográficos dessa população e avaliar o controle e monitoramento da sua condição de saúde, por
meio de coleta de dados no Sistema de informação do e-SUS.


Resultados
Do total de 2.390 prontuários com dados coletados, 1937 (81%) possuem a identificação da cor/raça. Destes, 1.569 (81%) se autodeclaram brancas, 145 (7,5%) pretas, 214 (11%) pardas, e 9 amarelas (0,46%). A considerar o grupo de pessoas autodeclaradas pretas e pardas, o percentual se aproxima de 20% (n=359; 18,6%). Do total da população negra (359), identificou-se que 245 (68,25%) têm HAS (22% não comunicado), 117 (33,6%) tem DM (32,6% não comunicado), e 106 (29,5%) tem obesidade ( 50,9% não comunicado). Quando observada apenas a população autodeclarada preta (n=145), a presença de DCNT é ainda maior: 115 (79,31%) possuem HAS, 52 (35,9%) possuem DM, e 44 (30,3%) possuem obesidade

Conclusões/Considerações
Embora os resultados sejam parciais, pode-se inferir que o município em análise tem alta prevalência de HAS, DM e obesidade na população negra, quando comparada com dados da população em geral. Tal fato revela a necessidade da adoção de estratégias que visem à proteção e promoção da saúde, da aposta em ações de prevenção aos agravos acometidos por essas doenças, e do investimento em políticas de saúde que visem minimizar as iniquidades em saúde.