Comunicação Coordenada

22/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC3.10 - EQUIDADE E INTEGRALIDADE NO CUIDADO DAS DOENÇAS CRÔNICAS

38663 - GASTOS FEDERAIS ATUAIS E FUTUROS COM OS CÂNCERES ATRIBUÍVEIS À INATIVIDADE FÍSICA, MÁ ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NO BRASIL
THAINÁ ALVES MALHÃO - INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA (INCA), BRUNA PITASI ARGUELHES - INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA (INCA), FABIO FORTUNATO BRASIL DE CARVALHO - INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA (INCA), LUCIANA GRUCCI MAYA MOREIRA - INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA (INCA), MARIA EDUARDA LEÃO DIOGENES MELO - INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA (INCA)


Apresentação/Introdução
O câncer tem importante impacto na vida das pessoas, famílias e sociedade. Assim, identificar fatores causais e promover ações, programas e políticas para reduzir o número de casos é relevante. Segundo o World Cancer Research Fund (WCRF), a má alimentação, nutrição e inatividade física estão relacionados ao menos a 12 tipos de câncer, dentre eles os mais incidentes na população brasileira.

Objetivos
Avaliar o impacto da exposição aos fatores de risco relacionados à alimentação, nutrição e atividade física nos gastos federais com o tratamento oncológico no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2018 e 2030.

Metodologia
Consideramos um intervalo de 10 anos entre o eventual desenvolvimento de câncer e a exposição ao excesso de peso, baixo consumo de fibras, atividade física insuficiente no lazer, não aleitamento materno, consumo de carne vermelha acima do recomendado, de carne processada e de álcool. Calculamos a fração do impacto potencial (FIP), usando os riscos relativos do WCRF, a prevalência em adultos ≥20 anos que dependem exclusivamente do SUS de inquéritos nacionais e os gastos federais com pacientes oncológicos ≥30 anos oriundos dos Sistemas de Informação Ambulatorial e Hospitalar do SUS. Por fim, estimamos os gastos atribuíveis, multiplicando a FIP pelos gastos com o tratamento oncológico.

Resultados
Em conjunto, os fatores de risco avaliados foram responsáveis por R$ 338 milhões dos gastos federais diretos com o câncer em 2018, o que representa cerca de 10% dos gastos totais com a doença (R$ 3,5 bilhões). Em 2030, esses fatores de risco serão responsáveis por R$ 829 milhões, representando cerca de 14% dos gastos totais com a doença (R$ 5,9 bilhões).
Em 2018, os fatores de risco com maior gasto atribuível foram a atividade física insuficiente no lazer, álcool e excesso de peso corporal. Em 2030, serão o álcool, carne processada e atividade física insuficiente no lazer. Em 2018 e 2030, os tipos de câncer com maiores gastos atribuíveis foram colorretal, mama e boca, faringe e laringe.


Conclusões/Considerações
Os gastos com a assistência oncológica vêm crescendo de forma expressiva e ameaçam a viabilidade financeira dos sistemas de saúde. Assim, investir em programas e ações relacionados à promoção da alimentação saudável e de atividade física tem importante potencial para otimização de recursos do SUS por meio da prevenção de câncer, além de contribuir para melhorias na qualidade de vida das pessoas.