Comunicação Coordenada

22/11/2022 - 08:30 - 10:00
CC3.9 - RASTREAMENTO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO NA ATENÇÃO AO CANCER

40945 - CÂNCER DO COLO DO ÚTERO EM CAMPO GRANDE, MATO GROSSO DO SUL: UM ESTUDO AVALIATIVO
GEIZE ROCHA MACEDO DE SOUZA - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ., ANDREY MOREIRA CARDOSO - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ., RENATA PALÓPOLI PÍCOLI - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ/MS, INÊS ECHENIQUE MATTOS - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ.


Apresentação/Introdução
O câncer do colo do útero (CCU) é a quarta neoplasia mais frequente em mulheres no mundo. Sua incidência permanece elevada em regiões com maiores desigualdades sociais e barreiras no acesso à saúde. No Brasil, o rastreamento é a base do Programa de Controle deste câncer (PCCU). A avaliação do PCCU é imprescindível para orientar políticas públicas com foco no controle deste câncer.

Objetivos
Avaliar a cobertura e a qualidade do rastreamento para CCU em Campo Grande, estado do Mato Grosso do Sul, no período de 2006-2018.

Metodologia
Estudo ecológico com análise da tendência da série histórica de exames citopatológicos. Nessa análise, considerou-se como variável dependente (y) o número anual de exames registados no sistema de informação do PCCU e como variável independente (x) os anos do período de estudo. Na regressão polinomial foram estimados modelos polinomiais de 1º (y = β0 + β1x), 2º (y = β0 + β1x + β2x2) e 3º (y = β0 + β1x + β2x2 + β3x3) grau. Considerou-se nível de significância p≤0,05, análise dos resíduos e valor do R2 como critérios para selecionar o melhor modelo. Análise estatística descritiva foi utilizada para avaliar as características das mulheres rastreadas e a qualidade dos exames.

Resultados
Foram realizados 578.417 exames citopatológicos, sendo 75,9% na população-alvo do programa (25 a 64 anos). A variação percentual entre o primeiro e o último ano da série foi negativa para a população-alvo (- 48,4%), com a maior cobertura estimada de 19,1% em 2008. O mo¬delo linear se mostrou mais adequado para descrever a série, explicando 75,2% da distribuição (p<0,001). A razão de exames citopatológicos apresentou maior valor em 2014 (0,16) com redução nos anos subsequentes. Na população-alvo, o percentual de amostras insatisfatórias variou entre 0,7 e 1,8 e o índice de positividade entre 2,2 e 3,3%, com 51,0% das amostras apresentando ausência da zona de transformação.

Conclusões/Considerações
Foram identificadas fragilidades no programa de controle do CCU, como oferta insuficiente de exames e qualidade insatisfatória das amostras coletadas. Além disso, a utilização dos sistemas de informação como fonte de dados possibilitou a identificação de problemas de incompletude das variáveis, demonstrando necessidade de aprimoramento dessa ferramenta indispensável à gestão e importante fonte de dados para estudos epidemiológicos.