40699 - VULNERABILIDADE SOCIAL E PERDA DENTÁRIA EM ADOLESCENTES ESCOLARES DO MUNICÍPIO DE OLINDA IRANEIDE NASCIMENTO DOS SANTOS - UPE, VALDENICE APARECIDA MENEZES - UPE, VIVIANE COLARES SOARES DE ANDRADE AMORIM - UPE, FABIANA DE GODOY BENÉ BEZERRA - UPE, RAQUEL CONCEIÇÃO FERREIRA - UPE, CAROLINA DA FRANCA BANDEIRA FERREIRA SANTOS - UPE
Apresentação/Introdução A vulnerabilidade social é um fator de risco para a perda dentária, considerado um problema de saúde pública com impacto na saúde geral e bucal do indivíduo. A perda dentária pode ocorrer mais precocemente em adolescentes negros devido às iniquidades em saúde bucal decorrentes do racismo que existe nas instituições e na estrutura social.
Objetivos Analisar a associação entre vulnerabilidade social, por meio da raça/cor, do nível socioeconômico e da escolaridade materna, e perda dentária em adolescentes escolares.
Metodologia Estudo transversal realizado entre fevereiro e junho de 2018, com 2.499 adolescentes, de 14 à 19 anos, de 27 escolas estaduais de Olinda, PE. O desfecho foi perda dentária avaliada por exame clínico da ausência de pelo menos um dos primeiros molares permanentes. Para analisar a associação entre vulnerabilidade e perda, a variável sobre vulnerabilidade social foi criada por análise fatorial, incluiu as variáveis raça/cor, bolsa família e escolaridade da mãe. A bolsa família representou o grupo de pobres e extremamente pobres da amostra. As variáveis de ajuste foram sexo, ter cárie e ter medo de dentista no modelo de regressão logística, no qual foi considerado significante valor de p<0,05.
Resultados Dos 2.499 adolescentes, 58,2% tinham entre 17-19 anos, 66,7% negros, 50,2% meninas e 65,6% do grupo mais vulnerável. Esse grupo é de negros (73,3%), beneficiários do bolsa família (70%) e de mães com menos de 9 anos de estudo (58,4%). Dos 1.850 escolares que tiveram os primeiros molares examinados, 17,6% tiveram perda dentária. A associação entre a perda dentária e as variáveis ajustadas mostrou que os adolescentes com mais chances de perda dentária foram, respectivamente, aqueles do grupo mais vulnerável (OR=2,23; IC95%1,64-3,02); com dente cariado (OR=2,78 IC95%; 2,14-3,61); que temem ir ao dentista (OR=1,50; IC95%1,16-1,96); e com idade entre 17-19 anos (OR=1,37; IC95% 1,06-1,78).
Conclusões/Considerações Os adolescentes escolares com maior vulnerabilidade social analisados por meio da raça/cor, nível socioeconômico e escolaridade materna, também, aqueles mais velhos, com cárie e medo de ir ao dentista, tiveram mais chances de terem perda dentária. Isto sugere que desigualdades sociais impulsionadas pelo racismo estrutural, afetam a saúde bucal e precisam ser combatidas através de mudança política, econômica e ideológica da sociedade.
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