21/11/2022 - 13:10 - 14:40 CC3.7 - SAÚDE BUCAL E OS DESAFIOS DA INCLUSÃO NA CONSTRUÇÃO DA INTEGRALIDADE |
40138 - TRAJETÓRIAS ASSISTENCIAIS DE USUÁRIOS COM CÂNCER DA BOCA. ELISETE CASOTTI - UFF, PATTY FIDELIS DE ALMEIDA - UFF, ANDRÉA NEIVA DA SILVA - UFF, NICOLE MARTINS SANTOS MANNARINO - UFF, LARISSA GOULART - UFF, RAQUEL DE OLIVEIRA MENDOZA - UFF, PATRÍCIA MARIA DA COSTA FIGUEIREDO ALMEIDA - FMS-NITERÓI, GLÓRIA IARA DOS SANTOS BARROS - SMS- NITERÓI
Apresentação/Introdução O câncer de boca é considerado um problema de saúde pública no mundo. Estima-se que até 50% dos pacientes sejam diagnosticados com a doença em estágio avançado. A presença de uma rede de atenção capaz de realizar o diagnóstico precoce e o imediato encaminhamento do paciente para tratamento é fator fundamental para a redução do sofrimento e da mortalidade causada pela doença.
Objetivos Traçar as trajetórias assistenciais de usuários na busca por cuidados na Rede de Atenção à Saúde do SUS e identificar elementos facilitadores, constrangimentos e gargalos na rede assistencial para proposição de estratégias de intervenção.
Metodologia Esse trabalho é parte do Programa de Desenvolvimento de Projetos Aplicados de Niterói. Os participantes são residentes da cidade, com diagnóstico de câncer de boca, encaminhados para atenção terciária nos anos de 2018 a 2021. A identificação foi feita a partir de lista da Central de Regulação. Todos os usuários maiores de 18 anos e com CID de C00 a C10 foram incluídos. Usuários sem condições psicológicas e/ou debilitados fisicamente não participaram. O primeiro contato foi realizado por telefone e a técnica para coleta foi a entrevista com roteiro semiestruturado. Todas as entrevistas foram gravadas e transcritas.
Resultados No período, 74 usuários foram regulados para tratamento. Destes, 39 (52%) foram contatados. Aplicados os critérios de exclusão e retirados os óbitos (15), 11 participaram de entrevista. Dados incompletos ou inválidos no sistema de regulação impossibilitou o contato com os demais. A idade média dos entrevistados foi de 59,8 e a mediana de 61 anos, 9 eram homens e 2 mulheres, sendo 9 com no mínimo ensino médio incompleto. 06 eram fumantes ou ex fumantes. Somente um relatou ter plano de saúde. A rede privada foi utilizada como primeiro acesso por 10 usuários e por 09 para a realização de biópsia. A rede pública foi utilizada para garantir o acesso à regulação para a alta complexidade.
Conclusões/Considerações Ainda que o universo pesquisado seja limitado, se faz necessário avaliar a presença e a qualidade de uma linha de cuidado ao câncer de boca na rede municipal. O alto percentual de óbitos está relacionado com diagnósticos tardios e, consequentemente, a uma fragilidade da rede de APS. Sistemas ágeis de regulação de vagas são parte da garantia dos princípios de acesso e integralidade do cuidado terciário, mas são insuficientes para fazer frente ao problema.
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