SA1.5 - SAÚDE, AMBIENTE E SOCIEDADE: MÚLTIPLAS ABORDAGENS (TODOS OS DIAS)
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44684 - (ENTRE)LINHAS DE UM INQUÉRITO EPIDEMIOLÓGICO: DIÁRIO DE CAMPO COMO INSTRUMENTO DE PESQUISA RAFAELLA MIRANDA MACHADO - INSTITUTO AGGEU MAGALHÃES / FIOCRUZ PERNAMBUCO, ANA CATARINA LEITE VÉRAS MEDEIROS - INSTITUTO AGGEU MAGALHÃES / FIOCRUZ PERNAMBUCO, ROMÁRIO CORREIA DOS SANTOS - UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA / INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA, PRISCYLLA ALVES NASCIMENTO DE FREITAS - INSTITUTO AGGEU MAGALHÃES / FIOCRUZ PERNAMBUCO, MARIANA OLÍVIA SANTANA DOS SANTOS - INSTITUTO AGGEU MAGALHÃES / FIOCRUZ PERNAMBUCO, IDÊ GOMES DANTAS GURGEL - INSTITUTO AGGEU MAGALHÃES / FIOCRUZ PERNAMBUCO, JOSÉ ERIVALDO GONÇALVES - INSTITUTO AGGEU MAGALHÃES / FIOCRUZ PERNAMBUCO
Apresentação/Introdução Foi iniciado em 2021 um inquérito epidemiológico com objetivo de identificar vulnerabilizações decorrentes do desastre do petróleo ocorrido em 2019 no Brasil e a pandemia de covid-19. O desastre reacende discussões acerca dos efeitos do petróleo à saúde humana e a sobreposição de vulnerabilizações causadas pela pandemia e outras determinações na interrelação saúde, ambiente e trabalho.
Objetivos Analisar o diário de campo produzido pela coordenação de um inquérito epidemiológico em territórios de pesca artesanal do litoral de Pernambuco, relacionado ao derramamento de petróleo ocorrido em 2019 e o contexto da pandemia de Covid-19.
Metodologia Trata-se de estudo descritivo analítico com abordagem qualitativa. Os dados foram coletados através do diário de campo da coordenação da equipe, elaborado durante a realização de inquérito epidemiológico com 937 pescadores e marisqueiras de 12 municípios do litoral de Pernambuco, entre os meses de novembro/2021 a junho/2022. Este estudo faz parte da pesquisa: “Desastre do Petróleo e Saúde dos Povos da Águas", desenvolvida pelo Laboratório de Saúde, Ambiente e Trabalho, da FIOCRUZ/PE. Os dados produzidos foram interpretados à luz da teoria da determinação social da saúde.
Resultados Existem diferenças de como essas populações foram atingidas entre as regiões, assim como as problemáticas dependentes das condições socioambientais. O inquérito aconteceu de forma singular em cada comunidade, dada as dificuldades de articulação e sensibilização da população à participação. Observa-se uma resistência do público masculino na pesquisa; problemas psicológicos e atravessamentos no processo de trabalho por empregos informais. Grande parte da população não possuía registro profissional da pesca, devido à ausência de atualização pelo governo federal. Dentre os principais danos, está a ausência da venda do pescado, exposição durante a limpeza dos territórios e adoecimento mental.
Conclusões/Considerações O diário de campo auxiliou na compreensão das vulnerabilidades envolvidas nos territórios atingidos pelo desastre de petróleo em seus aspectos sociais, econômicos, ambientais, culturais e na saúde. Os sentimentos apreendidos no processo de condução, organização e aplicação do questionário do inquérito e materializados no diário de campo permitiu a reflexão dos danos envolvidos e a necessária reparação comunitária.
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