Sessão Assíncrona


SA1.5 - SAÚDE, AMBIENTE E SOCIEDADE: MÚLTIPLAS ABORDAGENS (TODOS OS DIAS)

44459 - “NINGUÉM CAMINHA SEM APRENDER A CAMINHAR": REFLEXÕES SOBRE CRIANÇAS COM QUEIXAS DE DESENVOLVIMENTO NA APS
LETICIA LAUAR HOLLERBACH FURTADO - PRMFC SMS RJ, CARLA GRAZIELA PAES LADEIRA - PRMFC SMS RJ, ANA LUÍSA CARNEIRO - PRMFC SMS RJ


Período de Realização
O trabalho está se desenvolvendo entre os periodos de Maio/22 até Fevereiro/23.

Objeto da experiência
O objeto da experiência são toda a rede que envolve a criança em desenvolvimento - cuidadores, escola e saúde, integrando com rede Multi do NASF.

Objetivos
Relatar a experiência de elaboração de um fluxo de atendimento multiprofissional para as crianças com queixa de atraso no desenvolvimento para uma Clínica da Família na zona norte do Rio de Janeiro, integrando cuidadores, escola, dispositivos em saúde e o NASF de referência.

Metodologia
Mapeamento dos dispositivos na rede de saúde e sensibilização das equipes de saúde da família envolvidos no acolhimento a crianças e familiares com queixas de atraso no desenvolvimento. Construção de um fluxo de atenção e encaminhamento. Realização de grupos focais com familiares e profissionais da educação.

Resultados
Os grupos focais com os profissionais do NASF, educadores e cuidadores serão realizados até o momento do congresso. Até o momento foram realizados mapeamento das escolas que têm enviado encaminhamentos de queixas escolares nas três equipes de ESF das autoras do trabalho, além de diálogo com a equipe multi e mapeamento de cuidadores, realizando abordagens familiares e convocação para o grupo focal.

Análise Crítica
O aumento significativo das queixas de aprendizagem na Atenção Primaria exige cada vez uma abordagem mais ampla e contextualizada para realizar encaminhamentos dessas crianças. A aprendizagem e o comportamento são processos dinâmicos e que são facilmente enviesados por estímulos ambientais, como aconteceu na pandemia de COVID-19. Dessa forma, o papel do médico da APS inclui identificar precocemente crianças que precisam de atenção especial, mas também se atentar aos encaminhamentos de profissionais das escolas ou outros serviços de saúde que reforçam o rótulo de "aluno-problema", para que isso não seja uma definição da criança com as queixas relacionadas à dificuldade de aprendizagem.

Conclusões e/ou Recomendações
Protocolar as queixas escolares deixam as crianças cada vez menos individualizadas e pode aumentar o sobrediagnóstico de doenças relacionadas ao déficit de aprendizagem. Desse modo, fazer uma análise crítica dos processos de formação de comportamento e aprendizagem para orientar escolas e os cuidadores de ações mais efetivas para o acompanhamento dessas crianças é essencial. Envolver toda a rede de cuidado e entender os determinantes sociais e ambientas que as cercam e, por vezes tolem de seus direitos, faz parte de uma abordagem holistica da queixa de atraso no desenvolvimento.