Sessão Assíncrona


SA1.5 - SAÚDE, AMBIENTE E SOCIEDADE: MÚLTIPLAS ABORDAGENS (TODOS OS DIAS)

43332 - DO CAMPUS AO CAMPO: A APROXIMAÇÃO DE UMA EQUIPE DE PESQUISA-AÇÃO A COMUNIDADES RURAIS DE AGRICULTORES FAMILIARES ATINGIDAS PELA MINERAÇÃO E COVID-19
LUÍS GUSTAVO FRAGA BELOTTO - UFMG, ANIELE MAGATA PINHEIRO - UFOP, VANESSA ALVES FERREIRA - UFMG, MARISA ALICE SINGULANO - UFOP, MARIA CRISTINA PASSOS - UFOP, SILVIA ELOIZA PRIORE - UFV


Período de Realização
O projeto iniciou remotamente em agosto de 2021 e, presencialmente, em abril de 2022.

Objeto da experiência
Atuação de um projeto interinstitucional com comunidades rurais de agricultores familiares (AFs) atingidas pela mineração e pela pandemia de COVID-19.

Objetivos
Apresentar a experiência de uma equipe extensionista-pesquisadora com 25 membros de diversas áreas e universidades na aproximação junto a comunidades de AFs e na condução de ações de diagnóstico em saúde e segurança alimentar e nutricional (SAN), para direcionar atividades de educação popular (EP).

Metodologia
As ações do projeto foram conduzidas junto às comunidades de Mata dos Palmitos, em Ouro Preto, e do Cafundão, em Mariana. A definição das comunidades se deu com base em contatos prévios dos membros do projeto, com contribuição substancial dos integrantes do Núcleo de Pesquisa e Extensão em Desenvolvimento Econômico e Social - NUPEDES/UFOP. O presente relato foi construído com base na análise de narrativas autorreflexivas escritas pelos membros do projeto em seus diários de campo.

Resultados
Abordamos as comunidades de AFs em reuniões presenciais, mas a adesão foi baixa, devido à rotina particular de cada família. Então, realizamos entrevistas semi-estruturadas com líderes comunitários e pedimos indicações de pessoas a serem abordadas (snowball), que resultou em participação ampla dos AFs. Assim, constatamos barreiras ao acesso a serviços de saúde, insegurança alimentar, doenças ocupacionais e adoecimentos mentais associados à quebra da barragem do Fundão e à pandemia de COVID-19.

Análise Crítica
Apesar de limitações, como ruídos de comunicação e impedimentos geográficos à presença nas comunidades, a atuação do projeto foi uma oportunidade única para a práxis em atividades de campo e aprofundamento em um dos princípios da EP: a indefinição. Confrontando nossas pré-concepções com um entendimento mais acurado das particularidades das comunidades, conseguimos engajá-las nas ações diagnósticas, o que repercutirá positivamente na qualidade das ações de intervenção que serão desenvolvidas.


Conclusões e/ou Recomendações
Esta experiência reflete limites ao trabalho com comunidades rurais, mas também revela potências, como a abertura dos AFs à abordagem domiciliar. Identificamos nesse público sintomas do descaso: o da burguesia da mineração com o metabolismo socioambiental e o do poder público com a pandemia de COVID-19. Assim, evidenciou-se a necessidade de intervenções em saúde e SAN com comunidades de AFs, muitas vezes invisibilizadas pelas políticas públicas.