SA1.5 - SAÚDE, AMBIENTE E SOCIEDADE: MÚLTIPLAS ABORDAGENS (TODOS OS DIAS)
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42792 - PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA TUBERCULOSE NAS UNIDADES PRISIONAIS DA BAHIA - BRASIL KARINE LINS HORA CARVALHO - UESC, FLÁVIA AZEVEDO DE MATTOS MOURA COSTA - UESC, MARIDALVA DE SOUZA PENTEADO - UESC
Apresentação/Introdução A Tuberculose (TB) é uma doença secular e ainda prevalente. Uma lacuna a ser manejada no Brasil para atingirmos metas pactuadas e promovermos o fim da doença até o ano de 2035 é a TB na população privada de liberdade (PPL). Os apenados têm 35 vezes mais chances de adoecer pelo agravo quando comparados à população geral segundo o Ministério da Saúde.
Objetivos Buscou-se nesse trabalho descrever a situação epidemiológica e levantar os indicadores operacionais da tuberculose na população privada de liberdade da Bahia entre 2009 e 2019.
Metodologia Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo de tendência temporal a partir de dados obtidos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Outros elementos específicos da população prisional foram obtidos no Sistema Integrado de Informações Penitenciárias – Infopen. A população da pesquisa foi composta pela encarcerada nas unidades prisionais da Bahia diagnosticada com tuberculose nos anos do estudo. Foi executada descrição de perfil segundo sexo, faixa etária, raça/cor, escolaridade, forma clínica da TB e desfechos do tratamento. Os achados foram apresentados com estatística descritiva - média aritmética, mediana, frequência absoluta e relativa (percentual).
Resultados A Bahia notificou, entre 2009 e 2019, 2233 casos de TB na PPL representando 3,39% do montante estadual. Na população carcerária houve aumento progressivo na incidência, demonstrando a necessidade de visibilizar a temática. O perfil predominante é o sexo masculino (85,1%), adulto jovem (mediana 31 anos), de raça/cor parda/preta (76,8%), com até 4 anos de estudo (22,8%). Mas, proporcionalmente as mulheres foram mais acometidas. Ao longo dos anos, evidenciou-se uma melhora nos métodos diagnósticos tendência não acompanhada pelo desfecho cura entre os confirmados laboratorialmente. A terapia diretamente observada (TDO) é importante estratégia no combate ao agravo e foi pouco explorada (34,6%).
Conclusões/Considerações O perfil evidenciado coaduna com aqueles em regime correcional uma vez que a TB é fortemente marcada por vulnerabilidades sociais. Há grande discrepância entre dados da PPL e da população geral baiana, assim como indicadores que sugerem falhas na assistência. Esforços na melhora sócio estrutural, assim como na condução terapêutica, vinculação e notificação adequada ainda se fazem necessários nesse público.
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