SA1.5 - SAÚDE, AMBIENTE E SOCIEDADE: MÚLTIPLAS ABORDAGENS (TODOS OS DIAS)
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42691 - EFEITO DE DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE NAS TAXAS DE DETECÇÃO, MORTALIDADE E LETALIDADE DA AIDS: UMA COORTE COM 28,3 MILHÕES DE BRASILEIROS IRACEMA LUA - 1. INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (ISC/UFBA), 2. 2. CENTRO DE INTEGRAÇÃO DE DADOS E CONHECIMENTOS PARA SAÚDE (CIDACS), INSTITUTO GONÇALO MONIZ, FUNDACAO OSWALDO CRUZ, DAVIDE RASELLA - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (ISC/UFBA), ANDRÉA FERREIRA DA SILVA - 1. INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (ISC/UFBA), 2. 2. CENTRO DE INTEGRAÇÃO DE DADOS E CONHECIMENTOS PARA SAÚDE (CIDACS), INSTITUTO GONÇALO MONIZ, FUNDACAO OSWALDO CRUZ, NATHALIA SERNIZON - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (ISC/UFBA), LAIO MAGNO - DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA VIDA DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA (DCV/UNEB), JULIA M. PESCARINI - 1. FACULTY OF EPIDEMIOLOGY AND POPULATION, HEALTH, LONDON SCHOOL OF HYGIENE & TROPICAL MEDICINE, LONDON, UNITED KINGDOM 2. CENTRO DE INTEGRAÇÃO DE DADOS E CONHECIMENTOS PARA SAÚDE (CIDACS), INSTITUTO GONÇALO MONIZ, FUNDACAO OSWALDO CRUZ, LUIS EUGENIO DE SOUZA - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (ISC/UFBA), JAMES MACINKO - DEPARTAMENTO DE GESTÃO E POLITICAS DE SAÚDE, UNIVERSIDADE DE CALIFORNIA, LOS ANGELES, EEUU, INÊS DOURADO - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (ISC/UFBA), RODRIGO ANDERLE - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (ISC/UFBA)
Apresentação/Introdução As condições de vida das populações são determinantes sociais da saúde (DSS), podendo reduzir a esperança de vida e provocar maior ocorrência de doenças. Sabe-se da associação entre os DSS e a aids, com maior ocorrência de desfechos relativos à infecção, doença e morte em populações de maior vulnerabilidade social. Contudo, poucos estudos apresentam poder para estabelecer relações de determinação.
Objetivos Avaliar os efeitos dos determinantes demográficos e socioeconômicos, mais especificamente local de residência, renda, escolaridade, raça/cor da pele e infraestrutura domiciliar, nas taxas de detecção, mortalidade e letalidade por aids no Brasil.
Metodologia Indivíduos da Coorte de 100 Milhões de Brasileiros com 13 anos de idade ou mais foram seguidos por até nove anos (2007-2015) por meio da vinculação dos dados demográficos, socioeconômicos e de moradia da Coorte com dados de notificação de aids do SINAN e óbitos do SIM.
Foram estimadas as taxas e intervalos de confiança de 95% (IC95%) para a detecção, mortalidade e letalidade por aids. As associações entre os DSS e os desfechos de aids foram investigadas por regressão de Poisson hierarquizada com quatro blocos de análises: fatores geográficos , posição socioeconômica, condições domiciliares, e comportamentos e acesso ao tratamento.
Resultados Foram seguidos 28,3 milhões de indivíduos e identificados 27.919 casos e 9.530 óbitos por aids. Verificou-se maior detecção entre analfabetos (RR:1,46; IC95%:1,26-1,68), pretos (RR:1,53, IC95%:1,45-1,61) e sem rendimento declarado (RR:1,55; IC95%:1,43-1,68). A mortalidade foi maior entre analfabetos (RR: 2,76, IC95%:1,99-3,82), pretos (RR:1,69; IC95%:1,57-1,83) e sem rendimento declarado (RR:1,99; IC95%:1,70-2,34). Maiores taxas de letalidade foram observadas entre os analfabetos (RR:1,86; IC95%:1,02-3,41); pretos (RR:1,14; IC95%:1,01-1,30); os que não usam antiretrovirais (RR:2,58, IC95%:2,22-3,00) e usuários de drogas injetáveis (RR:3,05; IC95%:2,36-3,94).
Conclusões/Considerações Estes resultados permitem concluir com robustez que os grupos economicamente mais desfavorecidos da população - pobres, pretos e analfabetos - estão em maior risco de adoecerem e morrerem de aids. Assim, para alcançar os objetivos globais de controle da epidemia, são necessárias intervenções capazes de abordar a raiz do problema: as desigualdades sociais.
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