SA1.5 - SAÚDE, AMBIENTE E SOCIEDADE: MÚLTIPLAS ABORDAGENS (TODOS OS DIAS)
|
42611 - DINÂMICA ESPAÇO-TEMPORAL DA DENGUE NO DISTRITO FEDERAL, BRASIL: OCORRÊNCIA E PERMANÊNCIA DE EPIDEMIAS BRUNA DRUMOND SILVEIRA - FIOCRUZ, CHRISTOVAM BARCELLOS - FIOCRUZ
Apresentação/Introdução As características particulares do Distrito Federal (DF) favorecem a introdução, reprodução, disseminação e permanência do vetor e dos vírus da dengue. No entanto, sabe-se que a distribuição espacial das taxas de incidência e dos casos de dengue no DF não ocorre de maneira homogênea. Compreender os padrões de transmissão da dengue pode ser de relevância para atividades de vigilância em saúde.
Objetivos Neste trabalho, o objetivo foi analisar os padrões espaço-temporais das epidemias de dengue nas Regiões Administrativas (RAs) do DF de janeiro de 2007 a dezembro de 2017.
Metodologia Este é um estudo ecológico de abordagem espaço-temporal. Foram analisadas séries de casos de dengue no DF e nas suas 31 RAs no período de janeiro de 2007 a dezembro de 2017. Foram utilizados dados de casos notificados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN). Utilizou-se o modelo de séries parciais de Fourier para obter uma assinatura sazonal da série temporal, o que permitiu calcular indicadores de permanência (número de anos epidêmicos, número de meses epidêmicos por ano, proporção de meses epidêmicos para o período) e tempo/momento das epidemias (mês do pico epidêmico). Os indicadores foram organizados em bancos de dados geográficos e apresentados em mapas temáticos.
Resultados Um total de 82 epidemias foram registradas neste período. Os maiores valores de indicadores de permanência das epidemias foram localizados em áreas com diferentes tipos de ocupação do espaço e com diferentes perfis de renda e de densidade demográfica. As RAs com o maior número de anos epidêmicos foram Varjão (5 epidemias), Gama, Lago Sul e Sobradinho (4 epidemias). Essas últimas três RAs também apresentaram as maiores proporções de meses epidêmicos de todo o período do estudo (9 meses epidêmicos). As RAs com função de centralidade urbana tiveram um pico epidêmico mais cedo que as demais localidades, em fevereiro e março.
Conclusões/Considerações Os resultados desse trabalho são relevantes para a vigilância em saúde e colaboram para ampliar a compreensão dos processos endêmicos-epidêmicos. A partir do uso dos indicadores propostos, a vigilância pode se preparar com antecedência e de maneira mais eficaz, considerando as particularidades dos padrões de transmissão de cada área, bem como dos tipos de ocupação e de processos que nelas ocorreram.
|