Sessão Assíncrona


SA1.5 - SAÚDE, AMBIENTE E SOCIEDADE: MÚLTIPLAS ABORDAGENS (TODOS OS DIAS)

42305 - EXPOSIÇÃO MERCURIAL DE RIBEIRINHOS DO BAIXO E MÉDIO TAPAJÓS (PA)
RAISSA VASCONCELOS REGO - UFOPA, JOHNNASSON DE MEDEIROS SOARES - PPGCSA/UFOPA, MARCELA POENNA DE SOUSA FARIAS - UFOPA, HELOÍSA DO NASCIMENTO DE MOURA MENESES - PPGCSA/UFOPA


Apresentação/Introdução
O mercúrio (Hg) é considerado um dos metais tóxicos mais perigosos para o ambiente e para a saúde humana. Na Amazônia, a exposição ao Hg é principalmente devido à ingestão frequente de peixe contaminado com metilmercúrio (MeHg). Altos níveis de Hg podem induzir diferentes tipos de efeitos tóxicos sobre a saúde humana e o principal alvo é o sistema nervoso central.

Objetivos
Avaliar os níveis de exposição ao mercúrio em moradores de comunidades ribeirinhas do Baixo e Médio Tapajós (PA).

Metodologia
Foi realizado um estudo transversal, descritivo e quantitativo, entre setembro de 2021 e março de 2022, com 126 participantes de 08 comunidades ribeirinhas do Baixo e Médio Tapajós: Parauá, Suruacá (Santarém – Baixo Tapajós), Apacê, Cassuepá, Cametá (Aveiro – Médio Tapajós), Nazaré, São Luís do Tapajós e Barreiras (Itaituba – Médio Tapajós). Para a avaliação da exposição mercurial foi medido os níveis de Hg total em amostra de cabelo e foi considerado exposto os indivíduos que apresentarem níveis acima de 6µg/g de Hg total, conforme preconizado pela OMS. Foi realizada uma análise descritiva (média, mediana, desvio padrão) dos níveis de Hg no cabelo. (CAAE: 46276921.1.0000.5168).

Resultados
Foi identificado Hg mercúrio nas amostras de cabelo de todos os 126 participantes do estudo, dos quais 71 (56,4%) apresentaram níveis de Hg acima do limite recomendado pela OMS (média 9,20 + 2,89 µg/g; mínimo = 6,04 µg/g; máximo = 18,60 µg/g). A comunidade São Luís do Tapajós (Itaituba) foi a que apresentou os níveis médios mais altos de Hg no cabelo (8,74 µg/g). As comunidades do Baixo Tapajós apresentaram níveis médios abaixo do limite da OMS, no entanto, os níveis máximos observados nestas comunidades foram altos: Parauá média 4,90 + 2,90 µg/g; mínimo = 1,51 µg/g; máximo = 13,79 µg/g e Suruacá média 4,98 + 1,78 µg/g; mínimo = 2,14 µg/g; máximo = 8,24 µg/g.

Conclusões/Considerações
O cabelo é um biomarcador muito utilizado para avaliar exposição ao mercúrio. A OMS considera normal um limite de até 6µg/g de Hg no cabelo, enquanto a US EPA considera normal até 1µg/g. Neste sentido, é de suma importância avaliar um número maior de moradores destas áreas ribeirinhas, para que se estabeleça um nível de exposição seguro, de acordo com as características da população ribeirinha da Amazônia.