SA1.5 - SAÚDE, AMBIENTE E SOCIEDADE: MÚLTIPLAS ABORDAGENS (TODOS OS DIAS)
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41835 - SELOS E CERTIFICAÇÃO NA PRODUÇÃO ALGODOEIRA BRASILEIRA: ENTRE CAPITAIS, JUSTIÇA AMBIENTAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL SILVIA A GUGELMIN - ISC/UFMT, RENI A BARSAGLINI - ISC/UFMT, HAYA DEL BEL - ISC/UFMT, MARCIA LM CORREA - ISC/UFMT
Apresentação/Introdução O modelo de desenvolvimento econômico da agropecuária capitalista, praticado no Brasil como agronegócio, tem como base a produção de commodities, entre elas o algodão. Diante das exigências do mercado externo e interno pelo desenvolvimento sustentável, foram criados selos para certificação do algodão com critérios que atestem a responsabilidade social/trabalhista, ambiental da produção/produto.
Objetivos Analisar a certificação do algodão brasileiro como processo regulador e gerador de capital econômico e simbólico enredados, considerando valores éticos e legais de condições justas de trabalho, justiça ambiental, equidade e sustentabilidade.
Metodologia Como parte do projeto de pesquisa “Do campo ao corpo”, esse trabalho tem como base teórica os conceitos de desenvolvimento de Arturo Escobar, capital simbólico de Pierre Bourdieu e rede sóciotécnica de Bruno Latour. Os dados foram obtidos em documentos de acesso público na internet, junto às instituições certificadoras e vinculadas à cotonicultura, a saber: Instituto Algodão Social, Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão, Associação Brasileira de Produtores de Algodão, Algodão Brasileiro Responsável e Better Cotton Initiative. A interpretação crítica como processo em rede foi utilizada para a análise do material.
Resultados A certificação do algodão faculta o acesso aos selos (qualidade, conformidade, sustentabilidade) e envolve processo com etapas de adesão, auditoria/avaliação externa, atendimento/adequação aos critérios prévios, compondo uma rede heterogênea (humanos/não humanos) com movimentos de tensões, alianças e negociações. Visam a gestão da imagem da produção e do produto mostrando cumprir os critérios sociais, éticos, legais de segurança e condições justas de trabalho com produção sustentável. Os selos se traduzem em capital econômico enredado em capital simbólico remetendo à qualidade para consumidores intermediários e finais, potencializando a atração de investidores e mantendo o fluxo do mercado.
Conclusões/Considerações Parece haver oligopólio na certificação do algodão que exclui pequenos produtores. Nos critérios da certificação constam “Boas práticas agrícolas” sendo profícuo qualificar em que consistem e prever controle social no processo. Qualquer prática não inclusiva do território e das pessoas/grupos que o habitam e fazem existir, não pode ser considerada sustentável sob risco de reduzir a certificação a elemento/estratégia burocrática, não democrática.
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