Sessão Assíncrona


SA1.5 - SAÚDE, AMBIENTE E SOCIEDADE: MÚLTIPLAS ABORDAGENS (TODOS OS DIAS)

41767 - IMPACTO DA VIOLÊNCIA SOBRE A PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS EXTRACURRICULARES NA PENSE 2015
ALEXANDRE PALMA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, PHILLIPE AUGUSTO FERREIRA RODRIGUES - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, GIOVANA BARBOSA DE PAIVA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO, MARIANE FERREIRA DOS SANTOS ARAÚJO - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO


Apresentação/Introdução
Hegemonicamente, a prática regular de atividades físicas tem sido considerada um importante aspecto para prevenção de inúmeras doenças. Porém, tendo em vista a conjuntura social e as características a esta ligadas, torna-se fundamental compreender de que modo a violência, como parte desta conjuntura, pode impactar algum elemento da prevenção de doenças ou a promoção da saúde.

Objetivos
O objetivo do presente estudo é verificar a associação entre diferentes formas de violência e a prática de atividades físicas extracurriculares, a partir dos dados disponíveis da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2015.

Metodologia
Trata-se de um estudo que utilizou os dados brutos da PeNSE de 2015. Tal ano foi escolhido porque os dados da pesquisa mais recente, de 2019, não estavam disponíveis.
Utilizou-se os dados de 101.110 participantes da pesquisa, sendo 48.540 (48,1%) do sexo masculino e 52.470 (51,9%) do sexo feminino.
Foram selecionados os dados relativos às atividades físicas extracurriculares e aqueles referentes às variáveis demográficas (sexo, cor de pele/etnia, escolaridade da mãe e característica do município) e à violência (violência doméstica, sofre “zoação” e estupro).


Resultados
A pesquisa permitiu observar que a prática de atividades físicas extracurriculares foi fortemente afetada por diferentes formas de violência.
Os jovens que sofreram, alguma vez, violência doméstica apresentam 1,06 vezes mais chances (p<0,002) de não realizarem atividades físicas extracurriculares, quando comparados àqueles que nunca sofreram tal violência. Quadro semelhante ocorre entre os que sempre sofrem “zoação” dos colegas, quando comparados àqueles que nunca sofreram (OR: 1,17; p<0,002). Por fim, jovens que sofreram estupro igualmente manifestam menor procura pela prática de atividades físicas extracurriculares, quando comparados àqueles que não sofreram (OR: 1,12; p<0,001).


Conclusões/Considerações
A análise permitiu observar que diferentes formas de violência impactam negativamente a realização de atividades físicas extracurriculares. Ainda que se considere importante a realização de tais atividades para prevenção de doenças, é preciso considerar o contexto social existente e evitar responsabilizar os indivíduos por realizarem ou não determinados comportamentos.