SA1.5 - SAÚDE, AMBIENTE E SOCIEDADE: MÚLTIPLAS ABORDAGENS (TODOS OS DIAS)
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41348 - PERFIL DOS ÓBITOS CONTRA MULHERES NO ESTADO DE MATO GROSSO, 2012 A 2021 GABRIELLA DA SILVA LOPES - UFMT, MARTILIANE BORGES DE JESUS - UFMT, EMANUELLY AMANDHA SOUZA DE SÁ - UFMT, LIGIA REGINA DE OLIVEIRA - UFMT, FRANCINE NESELLO MELANDA - UFMT
Apresentação/Introdução A violência contra mulher é um fenômeno histórico, provoca lesões físicas, psíquicas, impacta na qualidade de vida da vítima e tem o óbito como consequência mais grave. A pandemia da COVID-19 agravou esse cenário e trouxe diversos indicadores preocupantes acerca da violência doméstica contra a mulher. Assim, trata-se de uma questão global e também um importante problema de saúde pública.
Objetivos Caracterizar o perfil de óbitos de mulheres vítimas de violência no estado de Mato Grosso, 2012-2021.
Metodologia Estudo descritivo com dados secundários referentes aos óbitos por agressão (CID-10, X85-Y09) em mulheres notificados no Sistema de Informação sobre Mortalidade da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso, no período de 2012 a 2021. Os óbitos foram descritos segundo variáveis sociodemográficas (faixa etária, raça/cor, estado civil, anos de estudo e sexo do agressor) e característica da violência (meio de agressão, ano do óbito, região de saúde de ocorrência). As análises foram feitas com o auxílio do Excel e as taxas de mortalidade pela razão do número de óbitos e população de mulheres no estado ou região, multiplicado por 100 mil.
Resultados Entre 2012 e 2021 foram registrados, em Mato Grosso, 1.005 óbitos de mulheres por agressão. As vítimas tinham mais frequentemente entre 30-39 anos (27,5%), raça/cor parda (65,9%), eram solteiras (56,6%) e tinham menos de 8 anos de estudo (43,5%). O principal autor da agressão era do sexo masculino (66,0%). Os meios de agressão mais frequentemente utilizados foram arma de fogo (38,5%) e objetos cortantes (35,8%). A taxa de mortalidade no estado variou de 7,4 óbitos/100 mil em 2014 e 2015 a 4,7 óbitos/100 mil em 2021. Entre as regiões de saúde, Vale do Peixoto (86,2/100mil) apresentou maior taxa de mortalidade enquanto Norte Araguaia Karajá, menor taxa (8,3/100mil) no período.
Conclusões/Considerações Observou-se que as mulheres que morreram por agressão eram jovens, pardas e com baixa escolaridade. As taxas variaram significativamente entre as regiões do estado. Essas informações são relevantes para identificar quais são as vítimas mais vulneráveis e contribui para a criação de novas políticas de intervenção e notificação da violência.
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