SA1.5 - SAÚDE, AMBIENTE E SOCIEDADE: MÚLTIPLAS ABORDAGENS (TODOS OS DIAS)
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40964 - METAIS DE INTERESSE NA SAÚDE PÚBLICA E O NEURODESENVOLVIMENTO EM UMA ÁREA URBANA: PROJETO INFÂNCIA E POLUENTES AMBIENTAIS (PIPA-UFRJ). MONICA SEEFELDER DE ASSIS ARAUJO - UFRJ, NATALY DAMASCENO DE FIGUEIREDO - ESCOLA DE MEDICINA SOUZA MARQUES, ANA PAULA NATIVIDADE - FIOCRUZ, CARMEN ILDES RODRIGUES FROES ASMUS - UFRJ
Apresentação/Introdução A exposição ambiental a poluentes ambientais durante a gravidez pode afetar o desenvolvimento fetal e a saúde infantil. O projeto PIPA é uma de coorte de nascimentos no Rio de Janeiro com foco na investigação dos efeitos da exposição a poluentes ambientais, entre eles os metais, na saúde infantil. Um estudo piloto foi realizado entre setembro de 2017 e agosto de 2018.
Objetivos O objetivo deste estudo foi avaliar a concentração de arsênio, cádmio, chumbo e mercúrio no sangue materno e no sangue do cordão umbilical e correlacionar com os resultados do teste de Denver realizados no 6º mês de vida.
Metodologia A população do estudo incluiu as crianças que vieram à avaliação no sexto mês de idade. As concentrações de arsênio, cádmio, chumbo e mercúrio foram determinadas no sangue materno e do cordão umbilical, através da espectrometria de massa por plasma acoplado indutivamente. Os lactentes foram avaliados por meio do Teste de Triagem do Desenvolvimento de Denver II (Denver II). Para as análises estatísticas, as crianças foram divididas em dois grupos, “falhou” e “não falhou”. As crianças com pontuação “falha” e “recusa” foram consideradas como “falhou”, e com a pontuação “passou” foram considerados como “não falhou”.
Resultados Metais foram detectados em 100% das amostras maternas e do cordão umbilical acima dos limites de detecção. A média geométrica (MG) da concentração de chumbo no sangue materno foi maior em recém-nascidos prematuros (MG: 5,72 µg/dL; p = 0,05). Um terço dos bebês (n= 17–35,4%) falhou na avaliação do Denver II (grupo falhou). A MG de arsênio no sangue materno foi maior no grupo “falhou” (MG: 11,85 µg/L) em comparação ao grupo “não falhou” (MG: 8,47 µg/L) (p = 0,03). A MG de arsênio no sangue materno e de cordão umbilical foram maiores em todos os domínios Denver II no grupo “falhou” (p = 0,07).
Conclusões/Considerações Neste estudo a MG de arsênio no sangue materno foi maior nas crianças que falharam no Denver II. É necessário realizar o biomonitoramento de poluentes ambientais em mulheres em idade fértil, investigar os possíveis efeitos desta exposição pré-natal na saúde infantil e identificar as possíveis fontes de exposição a fim de estabelecer medidas preventivas que eliminem ou minimizem o risco de exposição fetal durante a gravidez.
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