Sessão Assíncrona


SA1.5 - SAÚDE, AMBIENTE E SOCIEDADE: MÚLTIPLAS ABORDAGENS (TODOS OS DIAS)

40708 - A INFLUÊNCIA DOS METAIS NO SISTEMA AUDITIVO PERIFÉRICO DE RECÉM-NASCIDOS.
THAMIRES MARINATTI DA SILVA MAGALHÃES - IESC/UFRJ, CARMEN ILDES RODRIGUES FRÓES ASMUS - IESC/UFRJ, MARIA ISABEL KÓS PINHEIRO DE ANDRADE - UFRJ


Apresentação/Introdução
A Deficiência auditiva (DA) atinge de um a três neonatos saudáveis em cada 1000 nascimentos. Cerca de 32 milhões de crianças vivem com a DA, e destas 7% das deficiência auditivas na infância são de causas desconhecidas. E a exposição aos metais tem sido associada com a deficiência auditiva.

Objetivos
Este estudo propõe-se a investigar a influência da exposição a poluentes ambientais no sistema auditivo periférico de crianças nascidas na Maternidade Escola da UFRJ, expostas a metais (As, Cd, Pb e Hg) durante sua vida intrauterina.

Metodologia
Trata-se de um estudo seccional, cujos resultados foram obtidos a partir do estudo piloto do PIPA, que ocorreu no período de outubro de 2017 a fevereiro de 2018.
A população de estudo foi constituída pelos recém-nascidos das gestantes que participaram do estudo Piloto PIPA na ME/UFRJ, nos quais foi realizada a análise das concentrações de metais no sangue do cordão umbilical e aplicado o teste emissões otoacústicas transientes (EOAT) pela equipe de fonoaudiologia da ME com o equipamento modelo Otodynamics Otoport / Otocheck DP+ TE EOA.

Resultados
Dos 110 RNs que realizaram a EOAT, 78,2% (86) passaram no teste bilateralmente e 21,8% (24) apresentaram falha. Apresentaram pelo menos um indicador de risco para deficiência auditiva 17,3% (19) dos recém-nascidos. Sobre o perfil de exposição dos RNs encontramos 100% (110) de taxa de detecção dos metais analisados nas amostras de sangue do cordão umbilical. As médias geométricas encontradas: 10,4 5µg/L de As, 0,4 µg/L de Cd, 1,18 µg/L de Hg e 3,66 µg/dL de Pb. Observou-se que os RNs com exposição ao chumbo acima da mediana (>3,66µg/dL) apresentaram mais falhas nos resultados da EOAT, em ambas as frequências e de forma mais significativa na orelha esquerda (p = 0,03).

Conclusões/Considerações
As emissões otoacústicas transientes apresentaram-se mais alteradas no grupo com maior exposição ao Pb, com “falhas” no teste EOAT. O estudo sugere que a exposição pré-natal aos metais, pode estar associada a alterações na função coclear dos recém-nascidos.