SA1.5 - SAÚDE, AMBIENTE E SOCIEDADE: MÚLTIPLAS ABORDAGENS (TODOS OS DIAS)
|
40270 - FATORES ASSOCIADOS AO USO DE CONTRACEPTIVOS NO BRASIL: UMA ANÁLISE MULTINÍVEL ESTRATIFICADA POR PARIDADE FERNANDA GONTIJO ARAÚJO - UFMG, GUSTAVO VELASQUEZ-MELENDEZ - UFMG, MARIANA SANTOS FELISBINO-MENDES - UFMG
Apresentação/Introdução No Brasil, diversos indicadores socioeconômicos e de acesso aos serviços de saúde variam entre as Unidades Federativas, o que justifica a investigação de aspectos contextuais no acesso à contracepção, visto que outros estudos já mostraram a existência de marcadas desigualdades socioeconômicas e demográficas que afetam a saúde das mulheres, mas que não avaliaram a influência do contexto nesses desfechos.
Objetivos Investigar se fatores socioeconômicos individuais e contextuais estão associados ao uso de contraceptivos em mulheres brasileiras de 18 a 49 anos, estratificado por paridade.
Metodologia Estudo transversal, de base populacional, que analisou dados de 16.879 mulheres de 18 a 49 anos, respondentes da Pesquisa Nacional de Saúde de 2013. Considerou-se como fatores individuais as características da história reprodutiva, do acesso aos serviços de saúde e sociodemográficas; e como fatores contextuais o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), Índice Sociodemográfico (SDI), Cobertura da Atenção Primária à Saúde (APS) e Rendimento Mensal Médio. Modelos de regressão logística multinível foram estimados, sendo as mulheres estratificadas por paridade as unidades de nível 1 e as Unidades Federativas (UFs) as de nível 2.
Resultados Observou-se menores prevalências de uso de contraceptivos para nulíparas (77,9%) quando comparadas às primíparas e multíparas (88,7%), bem como maior variabilidade na chance de usar contracepção entre as nulíparas (ICC=2,1) em relação às primíparas/multíparas (ICC=1,1). Mulheres que viviam em UFs com maior IDH, maior rendimento mensal médio e maior SDI tiveram maiores chances de usar contracepção. Já a maior cobertura da APS foi associada positivamente ao uso de contraceptivos para primíparas/multíparas e negativamente para nulíparas. Ainda, a maior escolaridade aumentou as chances de usar contracepção, tanto para nulíparas como para primíparas e multíparas.
Conclusões/Considerações A elevada cobertura contraceptiva no país esconde importantes iniquidades no acesso, destacando-se além de fatores individuais, características contextuais associadas ao uso de contraceptivos. Destaca-se ainda as menores prevalências e a menor chance de uso de contraceptivos para nulíparas com maior vulnerabilidade social.
|