Sessão Assíncrona


SA1.5 - SAÚDE, AMBIENTE E SOCIEDADE: MÚLTIPLAS ABORDAGENS (TODOS OS DIAS)

39933 - ASSOCIAÇÃO ENTRE PERCEPÇÃO DA DESORDEM FÍSICA NA VIZINHANÇA E CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS ENTRE ADULTOS MAIS VELHOS: ACHADOS DO ELSI-BRASIL
AMANDA SILVA MAGALHÃES - UFMG, AMANDA CRISTINA DE SOUZA ANDRADE - UFMT, BRUNO DE SOUZA MOREIRA - NESPE, LUCIANA DE SOUZA BRAGA - UFMG, WALESKA TEIXEIRA CAIAFFA - UFMG


Apresentação/Introdução
A desordem está relacionada à desorganização social e aspectos estruturais da vizinhança com repercussões negativas na saúde de seus moradores. O interesse em compreender esses aspectos vem sendo potencializado pelo rápido avanço na urbanização e envelhecimento populacional. Um ambiente desordenado pode comprometer o processo de envelhecimento saudável.

Objetivos
Investigar a associação entre percepção da desordem física na vizinhança com características sociodemográficas de adultos mais velhos brasileiros residentes em áreas urbanas.

Metodologia
Estudo transversal com dados da linha de base (2015-16) do Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros (ELSI-Brasil). O processo amostral foi estratificado em três estágios: município, setor censitário e domicílio. Para o estudo atual, foram incluídos os residentes urbanos. A percepção da desordem física na vizinhança foi avaliada por meio do relato da presença de imóveis deteriorados; lixo, entulho e mato alto; ratos; e ruídos do trânsito. A prevalência de desordem foi comparada por grupos etários (< 60 ou ≥ 60 anos), sexo (feminino ou masculino) e anos de escolaridade (≤ 4 ou > 4 anos). Realizou-se análise descritiva e teste χ2 de Pearson para comparação dos grupos.

Resultados
Foram incluídos 7.935 participantes. A maioria não percebeu na sua vizinhança imóveis deteriorados (80,7%), lixo (62,5%), ratos (56,2%) e ruídos do trânsito (70,1%). Houve diferença significativa entre os grupos etários na percepção de imóveis deteriorados (52,8% vs. 47,2%, < 60 e ≥ 60 anos, respectivamente, p=0,017), lixo (53,3% vs. 46,7%, p<0,001) e ratos (51,4% vs. 48,6%, p=0,012). Quanto ao sexo, a comparação foi significativa (p=0,037) para a percepção de ratos (55,5% das mulheres e 44,5% dos homens). Já 62,7% com > 4 anos de escolaridade relataram a presença de imóveis deteriorados comparado a 37,3% para entrevistados com ≤ 4 anos de escolaridade (p<0,001).

Conclusões/Considerações
Indivíduos com menos de 60 anos, mulheres e com escolaridade acima de quatro anos percebem maior desordem física na sua vizinhança. Deslocamentos constantes na vizinhança, permitindo observações mais frequentes do entorno podem ser considerados, tais como caminhadas de lazer ou para outras atividades. Também, a obtenção de dados objetivos, poderá facilitar o entendimento da relação da desordem física e do envelhecimento saudável.