Sessão Assíncrona


SA1.5 - SAÚDE, AMBIENTE E SOCIEDADE: MÚLTIPLAS ABORDAGENS (TODOS OS DIAS)

39269 - RELAÇÕES ENTRE MAUS TRATOS E A AMAMENTAÇÃO: ACHADOS DO “NASCER NO BRASIL”
SHEILA PRADO DE OLIVEIRA - UERJ, TATIANA HENRIQUES LEITE - UERJ, EMANUELE SOUZA MARQUES - UERJ, MARÍLIA ARNDT MESENBURG - PONTIFICAL CATHOLIC UNIVERSITY OF ECUADOR, MARIANGELA FREITAS DA SILVEIRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS, RAFAELLE MENDES DA COSTA - UFRJ, BHEATRIZ DA COSTA DINIZ OLEGÁRIO - UERJ, MARIA DO CARMO LEAL - FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ


Apresentação/Introdução
A literatura recente tem mostrado que muitas mulheres em todo o mundo são vítimas de maus-tratos no parto. Apesar disso, poucos estudos exploram os efeitos para o estabelecimento do início e da continuidade do aleitamento materno. Portanto, entendemos ser de primordial importância compreender a associação entre maus-tratos no parto e estabelecimento da amamentação

Objetivos
Investigar a associação causal entre maus-tratos no parto e amamentação

Metodologia
Foram utilizados dados do estudo “Nascer no Brasil”, inquérito nacional de base hospitalar com puérperas e seus recém-nascidos em 2011/2012. Esta análise envolveu 20.527 mulheres. Maus-tratos foi uma variável latente composta por sete indicadores (violência física ou psicológica, desrespeito, falta de informação, privacidade e comunicação com a equipe de saúde, incapacidade de fazer perguntas e perda de autonomia). Trabalhamos com dois resultados: 1) amamentação na maternidade e 2) amamentação 43-180 dias após o nascimento. Aplicamos modelagem de equações estruturais multigrupo com base no tipo de parto

Resultados
Considerando a exposição de toda a amostra, 41,1% das mulheres relataram alguma forma de maus-tratos; 93,4% tiveram alta da maternidade amamentando, e após 43 – 180 dias do parto, 87,4% das mulheres relataram ainda amamentar o bebê.
As mulheres que sofreram maus-tratos têm menor probabilidade de alta da maternidade amamentando. Este efeito acontece independente do tipo de parto. No entanto, as mulheres com parto vaginal têm um efeito mais forte de maus-tratos na amamentação (vaginal = -0,267 versus cesariana = -0,105.
Os efeitos totais (diretos e indiretos) dos maus-tratos é significativo principalmente para as mulheres com parto vaginal (vaginal = -0,192 versus cesariana = -0,036


Conclusões/Considerações
Esta pesquisa conclui que os maus-tratos no parto são um fator de risco para a interrupção do aleitamento materno. Esse conhecimento é relevante para propor intervenções e políticas públicas, para mitigar os maus-tratos e compreender melhor o contexto que leva a mulher, a interromper o aleitamento materno