SA1.4 - SAÚDE, NUTRIÇÃO E BEM-ESTAR (TODOS OS DIAS)
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44221 - CONSUMO DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS EM VEGETARIANOS E VEGANOS BRITANICOS (PESQUISA NACIONAL DO REINO UNIDO) BEATRIZ TORQUATO - FMUSP, MARIANA MADRUGA - FMUSP, FERNANDA RAUBER - FMUSP
Apresentação/Introdução Há um aumento da população atenta a questões ambientais, de saúde e animal como vegetarianos e veganos. Também é observado um aumento da oferta de alimentos ultraprocessados para este público. O marketing agressivo deles propõe substituir refeições balanceadas por produtos prontos desbalanceados. É necessário avaliar a qualidade da alimentação considerando o grau de processamento dos alimentos.
Objetivos Descrever o consumo e o tipo de alimentos ultraprocessados (AUP) consumidos por britânicos vegetarianos e veganos, e avaliar o impacto do consumo de AUP no teor de açúcar livre da dieta.
Metodologia Foram utilizados dados da National Diet and Nutrition Survey, anos 1-11 (2008/2019), uma pesquisa representativa da população do Reino Unido. Nesse estudo, foram incluídos indivíduos que se autodeclaram vegetarianos ou veganos. O consumo alimentar foi avaliado por meio de registros alimentares de 4 dias. Todos os alimentos presentes nesses registros foram classificados de acordo com a classificação NOVA. O teor médio de açúcar livre (% da energia total) foi avaliado de acordo com os quintos de contribuição dietética de AUP entre vegetarianos e veganos.
Resultados O consumo médio foi 1742 kcal/dia entre vegetarianos, sendo 29,5% alimentos in natura-G1, 5% ingredientes culinários-G2, 9,9% alimentos processados-G3 e 55,4% AUP-G4. Entre veganos, foi 2043 kcal/dia, sendo 26,9% G1, 3,2% G2, 6% G3 e 63% G4. Os AUP com maior participação, entre vegetarianos e veganos, respectivamente, foram: pães (14,1;12,2%), cereais matinais (4,7;6,9%), alternativos à carne (3,1;5,9%) e prontos para consumo (7,3;9%). A ingestão média de açúcar livre foi 10,8% (EP0,6) para vegetarianos e 9,7% (EP0,7) para veganos. Já o teor de açúcar aumentou linearmente nos quintos de AUP entre vegetarianos (de 7,8% para 14,5%), enquanto nos veganos não foi significativo (7,6% para 10,3%).
Conclusões/Considerações Alimentos ultraprocessados contribuíram com mais da metade das calorias consumidas por vegetarianos e veganos britânicos e foram importantes contribuintes para a ingestão de açúcares livres da dieta. Apesar dos estudos que mostram efeito benéfico da alimentação vegetariana na saúde dos indivíduos, deve-se considerar que o consumo de AUP está substituindo alguns alimentos frescos e preparações culinárias por produtos prontos para consumo.
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