Sessão Assíncrona


SA1.4 - SAÚDE, NUTRIÇÃO E BEM-ESTAR (TODOS OS DIAS)

41732 - ASSOCIAÇÃO ENTRE MULTIMORBIDADE, DETERMINANTES SOCIAIS E DE ESTILO DE VIDA: PESQUISA NACIONAL DE SAÚDE DE 2019
ANA DANIELA SILVA DA SILVEIRA - UFPA, JONAS EDUARDO MONTEIRO DOS SANTOS - INCA-DIVASI, MARIANA DE CAMARGO CANCELA - INCA-DIVASI, DYEGO LEANDRO BEZERRA DE SOUZA - UFRN


Apresentação/Introdução
A multimorbidade, entendida como a ocorrência simultânea de duas ou mais doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), está diretamente associada ao estilo de vida e envelhecimento da população. Uma vez que o aumento da sua prevalência tem impacto direto nos gastos em saúde, seu monitoramento se faz essencial à formulação de políticas voltadas aos determinantes sociais e comportamentais.

Objetivos
O objetivo desta pesquisa foi estimar a prevalência de multimorbidade da população adulta brasileira (>18 anos) e sua associação com determinantes sociais e de estilo de vida.

Metodologia
Trata-se de um estudo seccional que utilizou dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019. Analisou-se dados do módulo de estilo de vida da população adulta (idade ≥18 anos). A prevalência de multimorbidade e seus respectivos intervalos de confiança foram estimados de acordo com as categorias das variáveis independentes. Modelos de Regressão de Poisson com variância robusta bivariados e múltiplos foram utilizados para verificar as associações entre multimorbidade e as variáveis independentes. Utilizou-se o pacote estatístico STATA versão 14, com modo survey para desenho amostral complexo e significância de 5%. A PNS 2019 teve aprovação do CONPEP sob o número nº 3.529.376.

Resultados
A prevalência de multimorbidade foi estimada em 29.9% (IC95%: 29.33-30.48). As DCNT com maior frequência foram a hipertensão, problemas crônicos na coluna e a hipercolesterolemia (p<0.001). Na análise de regressão múltipla, verificou-se que a chance de ocorrer multimorbidade é 37% maior entre as mulheres (RP: 1.37; IC95%: 1.32-1.42) comparadas aos homens. Em idosos (mais de 60 anos), a prevalência de multimorbidade foi 326% maior (IC95: 3.87-4.69) à de indivíduos entre 18 a 29 anos. Pessoas acima do peso (sobrepeso e obesidade) e fumantes (fumante e ex-fumante) também apresentaram maior prevalência de multimorbidade (p<0.001) quando comparados a eutróficos e os que nunca fumaram.

Conclusões/Considerações
Este estudo identificou uma prevalência de multimorbidade maior do que o levantamento nacional de 2013 (23.6%) e uma associação com determinantes sociais e estilo de vida. O monitoramento da prevalência de multimorbidade e os fatores associados permitirá apoiar a formulação de políticas e serviços mais adequados.