SA1.4 - SAÚDE, NUTRIÇÃO E BEM-ESTAR (TODOS OS DIAS)
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41267 - ASSOCIAÇÃO ENTRE ÍNDICE DE GINI E ATIVIDADE FÍSICA EM ADOLESCENTES DAS CAPITAIS BRASILEIRAS. JULIANA ILÍDIO DA SILVA - UFMT, AMANDA CRISTINA DE SOUZA ANDRADE - UFMT, ANA PAULA MURARO - UFMT
Apresentação/Introdução Baixas prevalências de atividade física têm sido observadas em adolescentes de vários países, inclusive do Brasil. Esse comportamento é influenciado por características do ambiente físico e social. A desigualdade de renda, pode contribuir para a desigualdade na disponibilidade de instalações de atividade física e desenho urbano, interferindo na probabilidade de ser ou ativo.
Objetivos Analisar a associação entre atividade física globalmente estimada entre adolescentes e índice de Gini das capitais brasileiras.
Metodologia Estudo transversal com dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar de 2015, com adolescentes de 11 anos a 19 anos residentes nas 27 capitais brasileiras. A atividade física globalmente estimada (AFGE) foi avaliada pela pergunta “Nos últimos 7 dias, em quantos dias você fez atividade física por pelo menos 60 minutos (1 hora) por dia?”, sendo classificada em inativo (<300 min/semana) e ativo (≥300 min/semana). O índice de Gini (IG), de 2010, foi obtido do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e mede a desigualdade na distribuição de renda. Realizou-se análise descritiva e regressão logística multinível de três níveis (indivíduo, escola e cidade) ajustado por sexo e idade.
Resultados Foram entrevistados 50.904 adolescentes, desses 20,7% (IC95%: 20,1; 21,3%) eram fisicamente ativos, sendo 28,2% nos meninos e 13,4% nas meninas. A prevalência de ativos foi maior nos adolescentes mais velhos (18,6% 13 anos ou menos; 20,1% 14 anos; 23,4% 15 anos; 23,7% 16 anos ou mais). A prevalência de ativos foi mais elevada em Campo Grande (24,0%), Goiânia (23,3%) e Manaus (23,1%), enquanto Belém (17,6%), Teresina (17,7%), São Luís (17,8%) e Porto Alegre (17,9%) estiveram no extremo oposto. A média do IG para o conjunto das capitais foi de 0,62 (DP=0,3), sendo maior em Recife (0,69). Na análise ajustada, verificou-se associação negativa entre IG e AFGE (OR: 0,96; IC95%: 0,92; 0,99).
Conclusões/Considerações Baixa prevalência AFGE é observada entre os adolescentes brasileiros e aqueles residentes em cidades com maior desigualdade de renda têm menores chances de serem ativos. Assim, a desigualdade de renda deve ser considerada nas políticas de promoção da atividade física, oportunizando acesso igualitário aos benefícios da atividade física aos adolescentes.
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