Sessão Assíncrona


SA1.4 - SAÚDE, NUTRIÇÃO E BEM-ESTAR (TODOS OS DIAS)

38449 - ACESSO FÍSICO AOS ESTABELECIMENTOS DE VENDA DE ALIMENTOS EM FAVELAS DE BELO HORIZONTE, MINAS GERAIS
LUANA LARA ROCHA - UFMG, AMÉLIA AUGUSTA DE LIMA FRICHE - UFMG, GABRIEL BORGES VAZ DE MEL - UFMG, OLÍVIA SOUZA HONÓRIO - UFOP, LARISSA LOURES MENDES - UFMG


Apresentação/Introdução
As favelas são regiões que, ao longo da história do Brasil, não foram priorizadas pelas políticas públicas, refletindo no ambiente alimentar e, consequentemente, no acesso aos alimentos. Regiões vulneráveis e de menor renda geralmente possuem menor disponibilidade de alimentos saudáveis. Entretanto, o ambiente alimentar das favelas não tem sido alvo de estudos no Brasil.

Objetivos
O objetivo deste estudo foi caracterizar o acesso físico aos estabelecimentos de aquisição de alimentos em favelas e comparar esse acesso com os setores formais de Belo Horizonte, Minas Gerais.

Metodologia
Foram analisados a distribuição dos Equipamentos Públicos de Segurança Alimentar e Nutricional (EPSAN) e dos estabelecimentos de aquisição de alimentos cadastrados na Secretaria da Fazenda do Estado de Minas Gerais (caracterizados de como sugerido pela Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional), ambos do ano de 2019, nos setores censitários de Belo Horizonte (setores localizados em favelas e setores formais). O cálculo dos desertos e pântanos alimentares foi realizado para as favelas. Para as análises do vizinho mais próximo e distância de deslocamento foi utilizado o buffer network. Também foi realizada a análise de acessibilidade por transporte público.

Resultados
Nas favelas, os EPSAN e os estabelecimentos de aquisição de alimentos in natura e minimamente processados possuem uma maior distância mínima. Todos os tipos de estabelecimentos de alimentos estão em menor número nas favelas em comparação com os setores formais. Em geral, os EPSAN e os estabelecimentos de aquisição de alimentos in natura e minimamente processados estão mais distantes dos centróides das favelas e setores formais em comparação com os estabelecimentos de aquisição de alimentos mistos e ultraprocessados. E para acessar os EPSAN por meio de transporte público, moradores de favelas levam um tempo maior de deslocamento do que moradores de setores formais.

Conclusões/Considerações
O estímulo a programas e políticas que priorizam o aumento da disponibilidade e acesso aos alimentos saudáveis em áreas de favelas é fundamental para reduzir as inequidades alimentares presentes nesses territórios e promoverem a segurança alimentar e nutricional de populações vulneráveis.