SA1.3 - SAÚDE, AMBIENTE, SOCIEDADE E NUTRIÇÃO (TODOS OS DIAS)
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43707 - USO DE CARVÃO E LENHA PARA COCÇÃO NO BRASIL: PESQUISA NACIONAL POR AMOSTRA DE DOMICÍLIOS CONTÍNUA (2016-2019) MÁRCIO CANDEIAS MARQUES - INSTITUTO DE MEDICINA SOCIAL (IMS-UERJ), VANESSA DE MELO FERREIRA - INSTITUTO DE MEDICINA SOCIAL (IMS-UERJ), ANDREA ALMEIDA TOFANI - INSTITUTO DE MEDICINA SOCIAL (IMS-UERJ), MARCELO RUBENS DOS SANTOS DO AMARAL - INSTITUTO DE MEDICINA SOCIAL (IMS-UERJ), ANTÔNIO CARLOS MONTEIRO PONCE DE LEON - INSTITUTO DE MEDICINA SOCIAL (IMS-UERJ)
Apresentação/Introdução Estima-se que 3 bilhões de pessoas no mundo estejam expostas a poluição ambiental doméstica causada pela combustão incompleta de combustíveis sólidos, cujo limite de emissão de poluentes está acima dos recomendados pela OMS. Vasta literatura internacional relaciona o uso de carvão e lenha para cocção a desfechos desfavoráveis à saúde, realidade que pode ser agravada por múltiplos fatores.
Objetivos Estimar a prevalência do uso de carvão e lenha para cocção de alimentos de 2016 a 2019, no Brasil e ao longo das unidades federativas.
Metodologia Estudo ecológico de painel com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc) de 2016 a 2019. As prevalências pontuais e seus intervalos de 95% confiança (IC95%) foram obtidos para o Brasil e unidades federativas (UFs) baseada na terceira das seguintes perguntas: “Qual(is) combustível(is) são utilizados neste domicílio na preparação dos alimentos?” (Utiliza ao menos um tipo de combustível; Não utiliza combustível/ não prepara alimentos); “Este domicílio utiliza gás de botijão ou encanado na preparação de alimentos?” (Sim; Não) “Este domicílio utiliza lenha ou carvão na preparação de alimentos?” (Sim; Não). Em todos os cálculos foram considerados os pesos amostrais.
Resultados A prevalência do uso de carvão e lenha para cocção no Brasil aumentou de 2016 (17,6%, IC 95%: 17,3-18,0) a 2019 (21,1%, IC 95%: 20,7-21,5). Pará e Maranhão foram as UFs com as maiores prevalências, alcançando em 2018 seus maiores resultados: Pará (61,5%, IC 95%: 58,5-64,6) e Maranhão (55,3%, IC95%: 53,2-57,1). O Rio Grande do Sul manteve-se entre as 4 UFs com uso mais frequente, cujas prevalências oscilaram de 35,1% (IC 95%: 33,2-37,0) a 36,7% (IC 95%: 34,7-38,7). Tocantins (30,3%, IC95%: 27,0-33,6%) e Mato Grosso (30,6%, IC95%: 27,0-34,3%) aumentaram em 2018. São Paulo e Rio de Janeiro foram as UFs menos prevalentes em todo período, com amplitude de 2,6 a 6,5% e 1,1 a 2,1% respectivamente.
Conclusões/Considerações Até o momento, são desconhecidos os efeitos na saúde do aumento gradativo na exposição à poluição do ar proveniente do uso de carvão e lenha para cocção durante o período estudado no Brasil. Áreas geográficas com alta prevalência devem ser identificadas para melhorar os serviços de saúde e facilitar o acesso da população. Devem-se priorizar políticas governamentais que facilitem o acesso a tecnologias ou fontes de energia menos poluentes.
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