Sessão Assíncrona


SA1.3 - SAÚDE, AMBIENTE, SOCIEDADE E NUTRIÇÃO (TODOS OS DIAS)

42707 - PATRIMÔNIO E CULTURA ALIMENTAR PARA QUEM? UM DEBATE SOBRE O SABER-FAZER ENQUANTO REINVINCAÇÃO HISTÓRIA NO CAMPO DA SOBERANIA E SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
FERNANDO SANTA CLARA VIANA JUNIOR - UFBA


Apresentação/Introdução
O o documento instrutivo para políticas públicas do II CONSEA de 2004 e o Guia Alimentar para a População Brasileira de 2014 se debruçaram sobre questões culturais que se relacionam com a alimentação. Apesar disso, em pouco instruíram a população a que se destinam quanto a reconhecer o que deve ser a sua cultura alimentar, aa valorizar a sua história, em detrimento de um nutricionismo tácito

Objetivos
Compreender como a cultura alimentar e o patrimônio alimentar aparecem em debates junto à comunidade, valorizando seu reconhecimento e sua emancipação a partir de suas práticas alimentares, não calcadas num nutricionismo que homogeinize a alimentação

Metodologia
Como proposta metodológica, trabalhamos com a análise de conteúdo dos dois documentos, partindo da perspectiva de compreensão do que é a “cultura alimentar” e do "patrimônio alimentar". Para tanto, utilizamos o método de análise de conteúdo da documentação, proposta de L. Bardin, observando registros quantitativos e qualitativos, que serão levados em consideração. Os usos dos termos, em perspectivas quantitativas, podem nos ajudar na avaliação de um documento. Entretanto, são as apropriações que a documentação faz dos termos, ou seja, os aspectos qualitativos de seu uso, que garantem uma compreensão mais ampla sobre o espectro em que sua utilização está circunscrita.

Resultados
A segurança alimentar é recente. Com propostas de produção alimentar em escala, à medida em que a quantidade de alimentos aumentava, a fome não diminuía, ao contrário do que pretendia a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
Na documentação analisada, o termo “cultura alimentar” aparece em quantidade notória. Analisaremos como está registrado em cada um dos documentos e como é apropriado. Na documentação do CONSEA, de 2004, observamos 13 aparições de "cultura alimentar", mas, apesar dos longos resgates históricos, nenhuma delas faz menção à realidade dos sujeitos na atualidade. Vemos o mesmo reflexo no Guia Alimentar para a população brasileira de 2014.

Conclusões/Considerações
Os documentos não são capazes de dialogar com a população a partir da perspectiva da cultura ou do patrimônio alimentar pois deixam de fora um agente essencial: o sujeito, objeto dos documentos e das políticas públicas, cujas práticas comunitárias no campo da alimentação são essenciais e deveriam ser respeitadas, se tornam abjetos frente a uma perspectiva aliada ao nutricionismo, em que nutrientes dizem mais sobre saúde do que práticas sociais.