SA1.3 - SAÚDE, AMBIENTE, SOCIEDADE E NUTRIÇÃO (TODOS OS DIAS)
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42179 - DESERTOS ALIMENTARES E A DISPONIBLIDADE DE ALIMENTOS SAUDÁVEIS NO AMBIENTE ALIMENTAR DE VAREJO DE RIO LARGO, ALAGOAS NICOLE ALMEIDA CONDE VIDAL - UFAL, LUAN SANTOS DE ARAGÃO - UFAL, RISIA CRISTINA EGITO DE MENEZES - UFAL, GIOVANA LONGO-SILVA - UFAL, JONAS AUGUSTO CARDOSO DA SILVEIRA - UFPR
Apresentação/Introdução O ambiente alimentar do varejo é uma das dimensões do sistema alimentar onde ocorre a aquisição de alimentos. Assim, a disponibilidade de alimentos saudáveis nos pontos de venda de alimentos (PVA) nos diferentes territórios de uma cidade é fundamental para a construção de ambientes promotores de saúde e da garantia do direito humano à alimentação adequada e saudável para todos os seus residentes.
Objetivos Avaliar a disponibilidade de alimentos saudáveis no ambiente alimentar de varejo, mapeando espaços consistentes com desertos alimentares e seu estabelecimento em função do nível de pobreza dos setores censitários.
Metodologia Estudo ecológico realizado em Rio Largo/AL. Os PVA foram identificados por auditoria em todas nas ruas do município. A disponibilidade de alimentos saudáveis foi mensurada pelo Índice de Disponibilidade de Alimentos Saudáveis (IDAS), gerado a partir do Nutrition Environment Survey for Stores. O IDAS varia entre -30 e 100 pontos e é baseado na variedade, preço e qualidade dos alimentos comercializados. A classificação dos PVA e os desertos alimentares (densidade de comércios saudáveis por 10 mil habitantes) foram definidos a partir do estudo técnico da CAISAN. A distribuição espacial dos desertos foi analisada segundo o percentual de domicílios em extrema pobreza nos setores censitários.
Resultados Foram identificados 574 PVA na cidade (IDAS médio = 2,6 pontos), sendo que 63,1% eram não saudáveis, 13,7% mistos e 23,2% saudáveis, sendo estes últimos concentrados majoritariamente no centro da cidade. Os comércios mistos apresentaram a maior média do IDAS (19,3 pontos); no entanto, este escore poderia ser duas vezes maior se não fossem comercializados produtos ultraprocessados, os quais pontuam negativamente no IDAS. Os desertos alimentares estiveram presentes em 59,3% da área da cidade. Nas regiões com alta prevalência de extrema pobreza (>10%) foram encontrados poucos PVA (8,2%), sendo que, destes, 70,2% eram PVA não saudáveis.
Conclusões/Considerações Rio Largo apresentou um ambiente alimentar precário, com baixa disponibilidade de estabelecimentos saudáveis, predominância PVA não saudáveis e com alta presença de desertos alimentares, especialmente em áreas de maior pobreza. Este cenário implica na necessidade de implementar políticas públicas de proteção ao ambiente alimentar saudável a partir do suporte à agricultura familiar local e estímulo aos comércios de alimentos saudáveis.
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