SA1.3 - SAÚDE, AMBIENTE, SOCIEDADE E NUTRIÇÃO (TODOS OS DIAS)
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42169 - DUPLA CARGA DE MÁ-NUTRIÇÃO EM PRÉ-ESCOLARES NOS MUNICÍPIOS ALAGOANOS: UMA PERSPECTIVA ECOLÓGICA NICOLE ALMEIDA CONDE VIDAL - UFAL, THATIANA REGINA FÁVARO - UFAL, RISIA CRISTINA EGITO DE MENEZES - UFAL, LUAN SANTOS DE ARAGÃO - UFAL, JONAS AUGUSTO CARDOSO DA SILVEIRA - UFPR
Apresentação/Introdução A dupla carga de má nutrição pode ser entendida como a coexistência no mesmo tempo e espaço de manifestações da desnutrição e do excesso de peso. Ela decorre do modo de operação do sistema alimentar hegemônico, potencializada pelas desigualdades sociais. Cenários onde há a coexistência de desvios nutricionais de diferentes ordens representam ameaça para o crescimento e o desenvolvimento infantil.
Objetivos Estimar as prevalências de obesidade e desnutrição nos municípios alagoanos e analisar sua concomitância no mesmo município enquanto problemas de saúde pública, definidos a partir de Onis et al., 2019.
Metodologia Estudo ecológico a partir dos dados de índice de massa corporal-para-idade (IMC/I) de crianças de 2 a 5 anos, extraídos do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional de 2019. As prevalências de magreza (IMC/I < -2DP) e excesso de peso (IMC/I >2DP) foram considerados como problemas de alta relevância para a saúde pública quando maior que 10% para os agravos isolados. A coexistência de ambos desvios nutricionais com prevalência > 10% caracterizou a dupla carga de má-nutrição. A caracterização socioeconômica foi feita a partir do Índice de Vulnerabilidade Social. As análises utilizaram os níveis de agregação municipal e das duas macroregiões de saúde (MRS) do estado.
Resultados As prevalências de excesso de peso e de magreza em pré-escolares alagoanos foram, respectivamente, 15,5% e 6,8%. Dentre os 102 municípios, 95,1% apresentaram o excesso de peso como problema alto ou muito alto de saúde pública e a magreza em 13,7%. A dupla carga de má-nutrição foi observada em 14 (13,7%) dos municípios, dos quais 9 estão no estrato mais alto de vulnerabilidade social. A magreza e o excesso de peso foram mais prevalentes no agreste (7,1%) e sertão alagoano (16,4%), ambos na 2ª MRS, a qual possui 71,7% dos municípios em alta vulnerabilidade. Na 1ª MRS, onde 53,6% está em alta vulnerabilidade, as prevalências foram 6,6% para magreza e 14,8% para o excesso de peso.
Conclusões/Considerações Em 2019, pouco mais do que um em cada dez municípios alagoanos apresentaram dupla carga de má-nutrição, ou seja, a coexistência de altas prevalências de excesso de peso e magreza entre crianças em fase pré-escolar, dentre os quais ~65% eram municípios em situação de alta vulnerabilidade social. Nossos resultados indicam que o ambiente alimentar destes municípios limita o acesso dos pré-escolares a uma alimentação adequada e saudável.
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