SA1.3 - SAÚDE, AMBIENTE, SOCIEDADE E NUTRIÇÃO (TODOS OS DIAS)
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41407 - TRANSTORNOS MENTAIS COMUNS EM ADOLESCENTES BRASILEIROS: ASSOCIAÇÃO COM O CONSUMO DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS E EXCESSO DE PESO LUCIA HELENA ALMEIDA GRATÃO - UFMG, LUÍSA ARANTES VILELA - UFMG, LUANA LARA ROCHA - UFMG, MARIANA ZOGBI JARDIM - UFMG, THALES PHILIPE RODRIGUES DA SILVA - UFMG, MILENE CRISTINE PESSOA - UFMG, TATIANA RESENDE PRADO RANGEL DE OLIVEIRA - PUC/MG, CRISTIANE DE FREITAS CUNHA - PUC/MG, LARISSA LOURES MENDES - UFMG
Apresentação/Introdução O consumo de alimentos ultraprocessados (AUP) e excesso de peso (sobrepeso e obesidade) podem estar associados à presença de Transtornos Mentais Comuns (TMC) em adolescentes. Acredita-se que o ambiente alimentar escolar pode aumentar as chances de TMC, caso seja caracterizado como um ambiente alimentar obesogênico, no qual há alta disponibilidade, acesso e publicidade de alimentos não saudáveis.
Objetivos Investigar a associação entre o consumo de AUP, excesso de peso e a presença de TMC em adolescentes brasileiros.
Metodologia Estudo transversal que analisou dados de 71.553 adolescentes de 12 a 17 anos do Estudo de Risco Cardiovascular em Adolescentes (ERICA). A coleta dos dados incluiu um recordatório de 24 horas e a aferição de medidas antropométricas, sendo realizada por pesquisadores treinados. Para a construção da variável dependente TMC, foi utilizado o Questionário Geral de Saúde Goldberg, medida confiável de saúde mental e validada para uso em adolescentes. A associação do consumo de AUP e excesso de peso com a presença de TMC foi estimada por meio de modelos logísticos multiníveis. O pacote estatístico utilizado foi o STATA, versão 14.0, com nível de significância de 5%.
Resultados O modelo final, ajustado por variáveis individuais não-modificáveis, variáveis individuais modificáveis, características da família e socioeconômicas demonstrou associação direta com o consumo de AUP (OR: 1,19; IC 95% 1,16-1,21) e excesso de peso (OR: 1,15; IC 95% 1,14-1,14), sendo o valor-p < 0,001. Com a inclusão das variáveis dos adolescentes e escolas nos modelos 1, 2 e 3, houve uma redução de 17,53% na variação entre as escolas, sugerindo que as variáveis incluídas no modelo 3 contribuíram para explicar a variabilidade do TMC entre os adolescentes.
Conclusões/Considerações O consumo de AUP e o excesso de peso estão diretamente associados à presença de TMC em adolescentes brasileiros. Esses resultados apontam para a necessidade de investigação sobre a possível relação causal entre o consumo de AUP e TMC no ambiente alimentar escolar, e contribui para fundamentar a necessidade de regulamentação de AUP nesse ambiente visando não somente a prevenção de doenças crônicas não transmissíveis, mas também dos TMC.
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