Sessão Assíncrona


SA1.2 - SANEAMENTO, MEIO AMBIENTE E VIGILÂNCIA (TODOS OS DIAS)

44401 - MUDANÇA CLIMÁTICA E CARGA DE DOENÇAS: IMPACTOS E PROJEÇÕES FUTURAS NA AMAZÔNIA LEGAL.
LUIS SAUCHAY ROMERO - ENSP-FIOCRUZ, LUDMILLA DA SILVA VIANA JACOBSON - UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE, HERMANO ALBUQUERQUE DE CASTRO - CENTRO DE ESTUDOS DE SAÚDE DO TRABALHADOR E ECOLOGIA HUMANA-ENSP/FIOCRUZ, SANDRA DE SOUZA HACON - ENSP-FIOCRUZ


Apresentação/Introdução
A mudança climática representa uma séria ameaça à saúde humana. A cada ciclo de sazonalidade os efeitos acoplados das alterações climáticas com alteração no regime de precipitação, aumento da temperatura e das secas prolongadas, aumenta a severidade dos impactos por eventos extremos, incrementando o risco de morbimortalidade.

Objetivos
Avaliar os efeitos e projeções futuras da exposição ao calor, considerando também os efeitos à poluição do ar, sobre os YLL de causas respiratórias, cardiovasculares na população das capitais dos Estados da Amazônia Legal.

Metodologia
Trata-se de um estudo ecológico do tipo séries temporais realizado nas 9 capitais (São Luís, Palmas, Belém, Macapá, Boa Vista, Manaus, Rio Branco, Porto Velho, Cuiabá) dos Estados pertencentes à Amazônia Legal. O modelo de regressão linear generalizado (GLM) combinado com o modelo não linear de desfasagem (lag) distribuído (DLNM) foi usado para medir os efeitos lineares da temperatura sobre os anos de vida potencialmente perdidos (YLL) por doenças cardiovasculares, respiratórias e por todas as causas. Os dados futuros foram modelados considerando o cenário climático RCP 8.5 e subdivididos em níveis específicos de aquecimento.

Resultados
Entre 2000-2019, o RR de APVP aumentou significativamente nas capitais da Amazônia Legal devido à exposição ao calor e amplitudes térmicas acentuadas, com maiores efeitos nas doenças respiratórias em Río Blanco (14%), por todas as causas em Manaus (12%) e cardiovascular em Cuiabá (9%). Comparado com o período base, o período 2040-2069 apresentou o maior aumento (10,40 vezes) na fração do número de APVP atribuíveis ao calor na região, com predomínio das causas cardiovasculares.

Conclusões/Considerações
As altas temperaturas aumentam o risco de YLL a curto e médio prazo. Os resultados corroboram a necessidade de incluir medidas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas como políticas de proteção à saúde pública.