Sessão Assíncrona


SA1.2 - SANEAMENTO, MEIO AMBIENTE E VIGILÂNCIA (TODOS OS DIAS)

43896 - ANÁLISE DA SITUAÇÃO DE SAÚDE DOS MUNICÍPIOS DA BACIA DO PARAOPEBA ANTES DO ROMPIMENTO DA BARRAGEM MINA CÓRREGO DO FEIJÃO EM BRUMADINHO/MG: ESTIMATIVAS DO GBD
GABRIELA MACIEL DOS REIS - UFMG, GUILHERME AUGUSTO VELOSO - UFMG, JULIANA BOTTONI - UFMG, LAÍS SANTOS DE MAGALHÃES CARDOSO - UFMG, CRIZIAN SAARS - UFMG, DEBORAH CARVALHO MALTA - UFMG


Apresentação/Introdução
Em janeiro de 2019 a Barragem empresa Vale S.A. rompeu e liberou no meio ambiente 12,7 mi de m³ de rejeito de mineração. A pruma atingiu o Córrego do Feijão e o Rio Paraopeba. Para entender em entender a dimensão das perdas, danos e agravos em saúde são feitos vários estudos. Para ara avaliar o impacto em saúde é necessário fazer a análise da situação de saúde anterior ao desastre socioambiental.

Objetivos
Analisar a tendência temporal de mortalidade nos municípios da Bacia do Paraopeba nos anos de 2000 a 2018, anterior ao desastre socioambiental e correlacionar com PIB (Produto Interno Bruto) per capita.

Metodologia
Estudo quantitativo, descritivo e ecológico de tendência temporal. Foram incluídos 26 Municípios da Bacia do Paraopeba. O recorte temporal é dos anos de 2000 a 2018. Foi utilizado a base de dados municipal do estudo Carga Global de Doenças (GBD), que inclui correções para subregistro e a reclassificação dos códigos garbage. A Fim de diminuir as variações foi feito a análise por triênios (2000-2002, 2010 a 2013 e, 2016-2018). Foram realizadas analises de padrões espaciais a partir de um indicador local de autocorrelação espacial (LISA), permitindo a identificação de clusters. Os municípios significativos tiveram suas taxas de mortalidade correlacionadas com o PIB per capita.

Resultados
Ocorreu melhora nos indicadores de saúde para as doenças infecciosas e as doenças crônicas não transmissíveis e piora nos indicadores de mortalidade por violências. Os piores indicadores foram encontrados nos municípios com PIB mais baixo, mostrando clusters com piores indicadores. As Doenças infecciosas foram mais frequentes no baixo Paraopeba. Aumentaram as taxas de mortalidade por violência em todos os municípios, em destaque: Betim, Esmeraldas, Juatuba, Mateus leme, Mário Campos, Pompéu, Papagaios, São Gonçalo do Abaeté, Marios Campos, São Joaquim de Bicas e Três Marias. As causas específicas com maiores taxas foram por violência interpessoal, seguidas de lesões por transporte.

Conclusões/Considerações
Antes ao desastre socioambiental as comunidades já vivenciavam vulnerabilidades e ausências de estruturas e políticas pública. As taxas com aumento referem-se as violências. As doenças infecciosas, apresentaram taxas elevadas e revelam piores indicadores. Esses dados apontam para investimentos em prevenção, vacinação e ações de vigilância ambiental. Piores indicadores ocorrem em municípios mais pobres.