SA1.2 - SANEAMENTO, MEIO AMBIENTE E VIGILÂNCIA (TODOS OS DIAS)
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43619 - EXPOSIÇÃO MERCURIAL E O CONSUMO DE PEIXE NA REGIÃO DO MÉDIO E BAIXO TAPAJÓS (PA) JOHNNASSON DE MEDEIROS SOARES - PPGCSA/UFOPA, RAISSA VASCONCELOS REGO - UFOPA, MARCELA POENNA DE SOUSA FARIAS - UFOPA, HELOÍSA DO NASCIMENTO DE MOURA MENESES - PPGCSA/UFOPA
Apresentação/Introdução O mercúrio (Hg) é um metal pesado e prejudicial à saúde humana. Na Amazônia observa-se uma exposição crônica ao Hg que ocorre principalmente através do consumo frequente de peixe contaminado com metilmercúrio.
Objetivos Avaliar frequência do consumo de peixe e os níveis de exposição ao mercúrio em moradores de comunidades ribeirinhas do Baixo e Médio Tapajós (PA).
Metodologia Foi realizado um estudo transversal, descritivo e quantitativo, entre setembro de 2021 e março de 2022, com 126 participantes de 08 comunidades ribeirinhas do Baixo e Médio Tapajós: Parauá, Suruacá (Santarém – Baixo Tapajós), Apacê, Cassuepá, Cametá (Aveiro – Médio Tapajós), Nazaré, São Luís do Tapajós e Barreiras (Itaituba – Médio Tapajós). Para a avaliação da exposição mercurial foi medido os níveis de Hg total em amostra de cabelo e foi considerado exposto os indivíduos que apresentarem níveis acima de 6µg/g. Foi realizada uma análise descritiva (média, mediana, desvio padrão) dos níveis de Hg no cabelo em relação à frequência do consumo de peixe. (CAAE: 46276921.1.0000.5168).
Resultados Dos 126 indivíduos pesquisados, 96,8% relataram consumir peixe com frequência, dos quais 45,1% possuíam níveis de Hg acima do limite de 6 μg/g (média 9,2 μg/g, Mediana 8,8μg/g e desvio padrão 2,9 μg/g). Dos 55 participantes expostos, 34 (61,8%) relataram consumir peixe diariamente, 15 (27,3%) relataram um consumo frequente (3 a 6 vezes por semana) e 6 (10,9%) relataram consumir 1 vez por semana ou a cada 15 dias. Nos três subgrupos de consumo de peixe o nível médio de Hg observado foi em torno 9,0 μg/g.
Conclusões/Considerações Os resultados demonstram que embora seja um biomarcador de exposição muito utilizado, o limite de exposição adotado não foi informativo para mostrar uma relação com o consumo frequente de peixe, mesmo já tendo sido provado que existe uma forte relação entre consumo frequente de peixe e exposição ao mercúrio na região. Este resultado reflete a necessidade de se estabelecer um limite de exposição baseado nas características da população amazônica.
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