SA1.2 - SANEAMENTO, MEIO AMBIENTE E VIGILÂNCIA (TODOS OS DIAS)
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43530 - PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE RIBEIRINHOS DO MÉDIO TAPAJÓS (PA) AMBIENTALMENTE EXPOSTOS AO MERCÚRIO JOHNNASSON DE MEDEIROS SOARES - PPGCSA/UFOPA, RAISSA VASCONCELOS REGO - UFOPA, MARCELA POENNA DE SOUSA FARIAS - UFOPA, HELOÍSA DO NASCIMENTO DE MOURA MENESES - PPGCSA/UFOPA
Apresentação/Introdução O mercúrio (Hg) é um metal pesado naturalmente presente no ambiente. Contudo, ações antrópicas e naturais podem influenciar o seu ciclo e contribuir para a exposição dos seres vivos. Para os humanos, o Hg é danoso para a saúde. Na gestação, é fator de risco para anomalias congênitas. Nos adultos, pode causar doenças neurodegenerativas e neoplasias.
Objetivos Descrever o perfil epidemiológico de ribeirinhos ambientalmente expostos ao mercúrio na região do Médio Tapajós (PA).
Metodologia Trata-se de um estudo transversal descritivo realizado nos anos de 2021 a 2022 (CAAE: 46276921.1.0000.5168), o qual participaram 45 moradores de comunidades ribeirinhas do Médio Tapajós (PA), sendo 11 de Cauaçu-Epá, 22 de Barreiras e 10 de São Luis do tapajós. Estes responderam um questionário, a partir do qual se obteve dados socioeconômicos e de saúde. Coletou-se cerca de três cm de cabelo da região occipital para dosagem de Hg total, que foi realizada no equipamento DMA-80 Mercury Analyzer (Millestone). Realizou-se uma análise descritiva dos níveis de Hg e considerou-se exposto os que apresentaram níveis acima de 2,0 µg/g. O perfil epidemiológico foi descrito em função dos níveis de Hg.
Resultados Dos 45 participantes, os maiores níveis médios de Hg (6,1µg/g; Md 8,7 e desvio padrão 2,6) foram observados na faixa etária entre 61 e 70 anos. Participantes do sexo masculino apresentaram os níveis médios mais elevados de Hg (6,17 µg/g; Md 5,15; e desvio padrão 3,7). Quanto a raça, os autodeclarados indígenas apresentaram níveis médios elevados (6,7 µg/g, Md 5,4; e desvio padrão 2,7). Participantes que possuíam ensino médio incompleto apresentaram níveis médios de Hg mais elevados (8,1 µg/g; Md 5,1; e desvio padrão 3,1). Os sintomas mais relatados entre os expostos ao Hg foram: insônia, dor de cabeça, dores articulares e musculares, câimbras e diminuição da acuidade visual.
Conclusões/Considerações Estudos comprovam que populações ribeirinhas estão ambientalmente expostas ao Hg na Amazônia, através do consumo frequente de peixe. É, portanto, necessário investigar mais detalhadamente o perfil epidemiológico e o estado de saúde destas populações, para que seja possível planejar protocolos de proteção a saúde, que respeitem a cultura local, se adequem a sua realidade e sejam eficazes e eficientes
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