SA1.2 - SANEAMENTO, MEIO AMBIENTE E VIGILÂNCIA (TODOS OS DIAS)
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42027 - VIGILÂNCIA EM SAÚDE NA GESTÃO DE RISCO DE DESASTRES: UM OLHAR DA SAÚDE COLETIVA RHAVENA BARBOSA DOS SANTOS - FACULDADE DE MEDICINA DO MUCURI (UFVJM), JÚLIA ALVES MENEZES - INSTITUTO RENÉ RACHOU (FIOCRUZ MINAS), ISABELA DE BRITO DUVAL - INSTITUTO RENÉ RACHOU (FIOCRUZ MINAS), ULISSES EUGENIO CAVALCANTI CONFALONIERI - INSTITUTO RENÉ RACHOU (FIOCRUZ MINAS), CARLOS MACHADO DE FREITAS - ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA SÉRGIO AROUCA (ENSP)
Apresentação/Introdução Os desastres tem se mostrado como consequência cada vez mais frequente das inúmeras exposições ambientais as quais a população é exposta, afetando de forma mais severa os mais vulneráveis. Mesmo com a redução de riscos de desastres sendo uma das Funções Essenciais da Saúde Pública, a capacidade de atuação do setor saúde em todas as fases do ciclo de gestão do risco de desastre ainda é limitada.
Objetivos Identificar as ações da vigilância em saúde em municípios mais afetados por inundação e enxurrada em Minas Gerais, segundo registros do Sistema de Integrado de Informação sobre Desastres (S2ID).
Metodologia Trata-se de um estudo de casos tipo explicativo e integrativo. Para definição dos casos, considerou-se as ocorrências de inundações e enxurradas entre 2016 e 2017- já que a memória dos atores era um fator importante para as entrevistas- no estado de Minas Gerais, segundo S2ID.As entrevistas ocorreram entre 2018 e 2019. Foram selecionados os municípios de pequeno, médio e grande porte, (2 em cada categoria), com o maior número de ocorrências/afetados e realizadas entrevistas face a face, com representantes da vigilância epidemiológica e vigilância ambiental. As entrevistas foram transcritas e sistematizadas utilizando a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC).
Resultados Percebeu-se em alguns discursos a banalização do planejamento urbano enquanto medida para prevenir os desastres e também passagens que caracterizam o desastre sob ponto de vista de perdas econômicas. O entendimento sobre o impacto dos eventos sobre a saúde, foi descrito como ausência de doentes, mortos e feridos. Verificou-se em alguns discursos, o desastre como catastrófico relacionado a manifestações da natureza. Foram relatadas ações voltadas apenas para a assistência após eventos como: orientações quanto higienização, cartão de vacina e combate a vetores. Municípios de pequeno porte não relataram ações por não considerarem que o evento afetou diretamente a saúde.
Conclusões/Considerações As constatações expõem a necessidade de equipes de vigilância em saúde munidas de conhecimento a fim de reconhecerem o seu papel em todas as etapas de gestão de risco de desastres, assim como a demanda urgente por equipes que compreendam os desastres como uma produção social, onde os determinantes sociais de saúde são indissociáveis dos eventos, e ações multisetoriais/interdiciplinares necessárias.
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