SA1.2 - SANEAMENTO, MEIO AMBIENTE E VIGILÂNCIA (TODOS OS DIAS)
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41684 - AVALIAÇÃO DE RISCO À SAÚDE HUMANA ASSOCIADA A EXPOSIÇÃO INALATÓRIA DE ARSÊNIO, NÍQUEL E CHUMBO NO MP10 DE FONTE VEICULAR, NA CIDADE DE SÃO PAULO, SP. KAMILA DE ALMEIDA PIAI - FSP-USP, THIAGO NOGUEIRA - FSP-USP, KELLY POLIDO KANESHIRO OLYMPIO - FSP-USP, ADELAIDE CASSIA NARDOCCI - FSP-USP
Apresentação/Introdução O material particulado (MP), emitido pela queima de combustíveis fósseis de origem veicular, é uma das principais fontes de exposição ambiental a elementos potencialmente tóxicos (EPTs) presentes no ar atmosférico dos centros urbanos, entre eles arsênio, níquel e chumbo. Essa exposição é uma preocupação mundial de saúde pública, devido ao potencial de gerar efeitos adversos à saúde humana.
Objetivos Avaliar os riscos à saúde humana associados a exposição inalatória de As, Ni e Pb no MP10 de fonte veicular, coletado em uma das estações de monitoramento da qualidade do ar, na cidade de São Paulo, durante os anos 2002, 2006, 2009 e 2012.
Metodologia As concentrações dos EPTs foram obtidos pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo e estão disponíveis no website da agência. As amostras foram coletadas em todas as estações do ano, durante 2002, 2006, 2009 e 2012 na estação de monitoramento Cerqueira César, localizada a 7m de uma via de intenso tráfego veicular. Tratam-se dos únicos dados disponíveis. A análise estatística foi realizada utilizando o Software R (versão 4.0.5). O software ProUCL foi usado para estimar os valores do limite superior do intervalo de confiança UCL95%. A avaliação de risco à saúde foi realizada de acordo com os métodos da United States Environmental Protection Agency, para todas as estações do ano.
Resultados As concentrações de As e Pb no ar apresentaram médias mais elevadas durante o inverno do que nas outras estações (p <0,05), contudo a concentração média anual dos EPTs esteve abaixo dos limites para a qualidade do ar, recomendados por agências internacionais. Na avaliação de risco, o Pb apresentou o maior risco de efeitos não carcinogênicos, com média (UCL95%) de 1,49 (1,75) no inverno, e de 0,92 (1,04) nas outras estações. O As apresentou o maior risco carcinogênico, seguido pelo Ni, ambos acima de 1E-06, assim como o risco total de câncer ao longo da vida para As, Ni e Pb que apresentaram média (UCL95%) de 1.81E-05 (2.36E-05), no inverno, e 1.01E-05 (1.42E-05) nas outras estações do ano.
Conclusões/Considerações O risco de efeitos adversos encontrado nesse estudo foi significativo. Tanto o risco não carcinogênico quanto o risco carcinogênico foram maiores para a população adulta e durante o inverno, reforçando a importância da poluição do ar como fator de risco para a saúde da população, principalmente em centros urbanos com alto tráfego de veículos. Ações para reduzir a exposição devem ser priorizadas nas agendas de políticas ambientais e de saúde.
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