SA1.2 - SANEAMENTO, MEIO AMBIENTE E VIGILÂNCIA (TODOS OS DIAS)
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40129 - PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA POPULAÇÃO ABRIGADA EM DECORRÊNCIA DE DESASTRE HIDROLÓGICO PROVOCADO POR ENCHENTES, BAHIA, 2021 MORGANA DE FREITAS CARACIOLO - EPISUS/MS
Apresentação/Introdução Em dezembro de 2021, um desastre hidrológico causado por enchentes afetou municípios do extremo sul da Bahia. As áreas afetadas foram evacuadas e a população vulnerável necessitou de acolhimento imediato em abrigos. Nesta situação, o setor saúde das três esferas de gestão do Sistema Único de Saúde atuaram na resposta coordenada a partir de medidas de prevenção e controle de riscos, danos e doenças.
Objetivos Descrever o perfil epidemiológico da população abrigada em decorrência do desastre provocado por enchentes em dois municípios da Bahia, em dezembro de 2021 e propor recomendações.
Metodologia Trata-se de estudo observacional descritivo realizado no período de 15 a 22 de dezembro de 2021. Foi realizada uma amostra não probabilística de indivíduos abrigados em dois municípios do estado. Foram analisados dados primários, coletados por meio de entrevista presencial com questionários semiestruturados. Os eixos de análise contemplaram dados sociodemográficos, clínicos e epidemiológicos, sendo consideradas 15 variáveis de interesse. Os dados foram analisados no EpiInfo™7.2.4.0.
Resultados Dos 299 abrigados cadastrados, foram entrevistados 193(64,5%). Destes, 54,4%(105/193) eram mulheres, 3,8%(4/105) gestantes, 21,2%(41/193) tinham 1-10 anos, 43,0% (83/193) possuíam fundamental incompleto e 48,5%(66/136) renda inferior a 1 salário mínimo. 36,2%(70/193) relataram doenças preexistentes, sendo 54,2%(38/70) hipertensão e 17,1%(12/70) diabetes. 47,6%(70/147) eram vacinados para covid-19, 21,7%(42/193) apresentaram algum sintoma após entrada no abrigo, sendo 47,6%(20/42) tosse, 45,2%(19/42) dor de cabeça e 40,4%(17/42) febre. 6,7% (13/193) relataram acidente após entrada no abrigo, sendo 7 quedas, 3 feridas, 1 agressão por animal, 1 por animal peçonhento e 1 agressão física.
Conclusões/Considerações Evidenciou-se desigualdade social no contexto de emergência onde os mais vulneráveis foram os mais atingidos. A identificação de doenças preexistentes e indivíduos sintomáticos alertaram a assistência à saúde para necessidades específicas e ocorrência de possíveis surtos de síndromes respiratórias. Considerando o risco de adoecimento e o contexto de aglomeração de pessoas, os achados direcionaram as ações de vigilância epidemiológica e imunização
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