SA1.2 - SANEAMENTO, MEIO AMBIENTE E VIGILÂNCIA (TODOS OS DIAS)
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39163 - EFEITOS DA TEMPERATURA DO AR NO RISCO DE ÓBITO POR DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA PEDRO AUGUSTO ROSA VALADARES - UFJF, LUCAS SANTOS JARDIM - UFJF, IGOR MAGATON RIBAS - UFJF, JOÃO PEDRO MEDEIROS GOMES - UFJF
Apresentação/Introdução Em 2019, a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) foi, segundo o Estudo de Carga Global de Doença, a quarta principal causa de morte no Brasil. Eventos extremos de temperatura são um importante fator de risco para a ocorrência e exacerbação de doenças pulmonares. Ademais, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima, a frequência destes eventos aumentará.
Objetivos Foram analisados dados diários de temperatura média do ar e de óbitos por DPOC do início de 1996 ao fim de 2017 em 10 microrregiões brasileiras, a fim de avaliar a relação entre o risco de morte por DPOC e diferentes eventos de temperatura do ar.
Metodologia Este trabalho investigou 208.169 óbitos em uma população estimada de 27.090.704 pessoas durante um período de 22 anos. Foram selecionadas duas microrregiões de cada uma das regiões do país, abrangendo os principais tipos climáticos do Brasil. Para a análise e a modelagem estatística, foram utilizados modelos não lineares de defasagem distribuída (DLNM). Estimamos para cada microrregião os riscos relativos acumulados (RR) de morte por DPOC para quatro percentis de temperatura (P) em relação a temperatura de mortalidade mínima (TMM), considerando uma defasagem de 21 dias. Os percentis foram escolhidos de modo a representar eventos de frio e de calor moderados e extremos para cada microrregião.
Resultados Houve associação significativa entre os eventos extremos de temperatura do ar e o risco de morte por DPOC nas microrregiões do sul e do sudeste do país, com destaque para a microrregião de São Paulo, na qual o risco de óbito por DPOC aumentou em todos os eventos de temperatura (moderados e extremos). O frio extremo (P 2.5) apresentou aumento do risco de 36% em Porto Alegre, 27% em Curitiba e 34% em São Paulo, enquanto o frio moderado (P 10) conferiu aumento de respectivamente 20%, 33% e 24% por microrregião. São Paulo e Rio de Janeiro tiveram aumento de respectivamente 17% e 12% para o calor moderado (P 90) e de 23% e 32% para o calor extremo (P 97.5).
Conclusões/Considerações O nosso estudo fez uma análise abrangente do território e da população brasileira, avaliando o impacto da temperatura na mortalidade por DPOC em áreas tropicais e subtropicais. Ademais, ampliamos o conhecimento em saúde e clima trazendo importantes informações para a melhor tomada de decisão e a elaboração de medidas preventivas a fim de criar diretrizes de enfrentamento locais e consequente melhora da saúde coletiva.
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