SA1.2 - SANEAMENTO, MEIO AMBIENTE E VIGILÂNCIA (TODOS OS DIAS)
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38812 - RESPOSTA DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE AO ACIDENTE COLETIVO POR INALAÇÃO DE MERCÚRIO EM SANTA BÁRBARA D’ OESTE, SÃO PAULO, BRASIL. EDUARDO MELLO DE CAPITANI - CIATOX-UNICAMP, WILSON JOSÉ GUARDA - VIGILÂNCIA EM SAÚDE DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE SANTA BÁRBARA D’ OESTE, MIRIÃ TONUS DE OLIVEIRA ALVES - VIGILÂNCIA EM SAÚDE DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE SANTA BÁRBARA D’ OESTE, THIAGO AZEVEDO - VIGILÂNCIA EM SAÚDE DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE SANTA BÁRBARA D’ OESTE, EDSON HADDAD - CETESB, CRISTIANE MARIA TRANQUILLINI REZENDE - CENTRO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA SES/SP, FARIDA CONCEIÇÃO PEREIRA - CENTRO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA SES/SP, DENISE PICCIRILLO BARBOSA DA VEIGA - CENTRO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA SES/SP, AILTON CATREUS DE FREITAS - CENTRO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA SES/SP, EDNA EMY KUMAGAI ARAKAKI - INSTITUTO ADOLFO LUTZ SES/SP
Período de Realização De julho de 2020, em plena epidemia de COVID-19, a dezembro de 2021
Objeto da experiência Abordagem interinstitucional e multidisciplinar de exposição acidental coletiva a mercúrio metálico elementar em Santa Bárbara D'Oeste, São Paulo.
Objetivos Definição de coorte de expostos ao mercúrio elementar por via inalatória e cutânea.
Avaliação de sintomas, medição dos níveis urinários de HG, diagnóstico de intoxicados, realização de tratamento e monitoramento laboratorial.
Monitoramento dos níveis de mercúrio nas residências e ações de controle do risco.
Metodologia Caso índice detectado pelo CIATox-Campinas,criança internada no Hosp. de SBO com intoxicação por Hg. Vigilâncias em Saúde Municipal e Estadual, a DC e CETESB iniciaram busca ativa de casos, e medições in loco de vapor de Hg. Estabelecida coorte de casos suspeitos e medidas de Hg urinário e quelação com DMSA. Realizado isolamento das áreas afetadas, aplicação de enxofre em pó, descarte dos resíduos gerados, mitigação com reformas,substituição de rede hidráulica contaminada e investigação da origem do Hg.
Resultados 67 casas com níveis elevados de Hg no ar, em móveis e utensílios; 3 casas interditadas e os moradores direcionados a abrigos. Superfícies foram tratadas com enxofre em pó e realizada reforma completa em cada casa. 30 ton de materiais descartadas em aterro Classe I. IAL analisou Hg em 307 amostras de urina de 97 suspeitos. Após avaliação clínica, laboratorial, e epidemiológica, 63 (64%) tiveram exposição e 17 necessitaram quelação com DMSA VO. A média de idade foi 21 anos, 7 crianças < 6 anos e 4 < 1 ano.
Análise Crítica Destaca-se a estrutura da rede de assistência e integração com os serviços de vigilância e CETESB na resposta ao evento, bem como a rápida identificação do caso índice e dos expostos, a disponibilidade de DMSA e o pronto tratamento dos intoxicados, e rápida remoção de resíduos e neutralização do Hg. Dificuldades na comunicação e educação em saúde em plena epidemia de COVID-19, redundaram em baixa adesão da população às medidas de prevenção e controle, atrasando a identificação da fonte primária do Hg.
Conclusões e/ou Recomendações A existência da rede de saúde estruturada, a articulação e o trabalho integrado entre as instituições foram determinantes para a resposta rápida, o controle do risco e a atenção à saúde dos expostos, assim como a medição dos níveis de Hg nos ambientes foi essencial para definir ações efetivas no controle da exposição. A origem do Hg foi identificada em área industrial abandonada, sem fiscalização adequada quanto à presença de produtos perigosos.
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