Sessão Assíncrona


SA1.1 - SAÚDE E AMBIENTE: AGENTES, PROCESSOS, RESISTÊNCIAS E INSURGÊNCIAS (TODOS OS DIAS)

44702 - POTENCIALIDADES E DESAFIOS DA EXPERIÊNCIA DE 1 ANO DE GRUPO LGBTQIA+ EM UMA CLÍNICA DA FAMÍLIA DA ZONA NORTE DO RIO DE JANEIRO
MARIANA ARAUJO CAVALLARO - UERJ, BARBARA BRITTO OLIVEIRA - UERJ, ANDREA RIBEIRO SOARES - SMS RJ, MARIANA BAIENSE GONÇALVES DA SILVA - UFRJ, ROGÉRIO MALVEIRA BARRETO - UERJ, KAMILA BARRETO BEZERRA DE SOUZA - UERJ, GABRIELA QUEIROZ DE OLIVEIRA - UERJ, CAROLINA MARVEIS MARQUES - UERJ, VITOR PEIXOTO DE SOUZA - UERJ, RODRIGO REZENDE FEITOSA - UERJ


Período de Realização
O grupo iniciou em maio de 2021, durante a Pandemia de COVID-19, e segue até o presente momento.

Objeto da experiência
Grupo LGBT+ de pacientes de múltiplas identidades e orientações, conduzido por equipe multiprofissional numa Clínica da Família da Zona Norte do Rio de Janeiro

Objetivos
Relatar a construção de um grupo LGBT+ em saúde numa Clínica da Família a partir de pedido de paciente trans masculino do território adscrito. O grupo visa diminuir as barreiras de acesso e promover um ambiente seguro de acolhimento e troca, assegurando a busca de direitos para um cuidado integral.

Metodologia
Estudo qualitativo, descritivo. Grupo aberto, aceita novos integrantes todo encontro, realizado mensalmente. O grupo inicia com apresentação das pessoas: nome e o que julga importante de si. Os temas surgem por demandas durante as apresentações, além de pautas recorrentes, como a construção de Ecomapa para identificar dispositivos seguros. O encontro dura uma hora e meia e foi se alterando no processo, por tensões entre os grupos da sigla LGBTQIA+ e à Pandemia da COVID-19 no período relatado.

Resultados
O ecomapa construído mostrou que o atendimento em saúde ao grupo LGBT+ sofre negligência no Município e contribui para ampliar as violências vivenciadas. O acolhimento e atendimento multiprofissional continua sendo feito na Clínica, indo de encontro ao objetivo inicial do grupo, porém trazendo demandas e tensões para discussão entre os participantes.O grupo expandiu e conta com participantes de distintas regiões também da Zona Norte do Rio de Janeiro, o que gerou tensões.

Análise Crítica
A partir da política nacional de saúde integral LGBT novas estratégias de captação dos usuários foram pensadas. A partir das ferramentas coletivas e de abordagem comunitária, foi possível promover equidade para a população LGBT. Sendo assim, questões que permeiam a realidade dos usuários podem ser discutidas em espaços protegidos, bem como temáticas que atravessam direitos, promoção da saúde, exclusão e discriminação desse grupo.

Conclusões e/ou Recomendações
Os encontros periódicos favoreceram a escuta ativa e compartilhada de semelhantes. A experiência de criação do grupo revela os desafios do SUS de absorver a pauta LGBT+, bem como as tensões envolvidas. A partir do manejo de conflitos entre os membros e do levantamento de pontos para ampliar o acesso e fortalecimento de pessoas LGBT+, foi possível fortalecer a identidade do coletivo e ampliar a rede de apoio entre profissionais e usuários.