Sessão Assíncrona


SA1.1 - SAÚDE E AMBIENTE: AGENTES, PROCESSOS, RESISTÊNCIAS E INSURGÊNCIAS (TODOS OS DIAS)

44669 - AUTONOMIA TERRITORIAL COMO ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO DA SAÚDE DO CAMPO E ÁGUAS
PRISCYLLA ALVES NASCIMENTO DE FREITAS - IAM - FIOCRUZ, LUIZA CARLA DE MELO - IAM - FIOCRUZ, ANA CATARINA LEITE VÉRAS MEDEIROS - IAM - FIOCRUZ, MARIANA MACIEL NEPOMUCENO - IAM - FIOCRUZ, RAFAELLA MIRANDA MACHADO - IAM - FIOCRUZ, EVELYN SIQUEIRA DA SILVA - IAM - FIOCRUZ, GLACIENE MARY DA SILVA GONÇALVES - IAM - FIOCRUZ, ALINE DO MONTE GURGEL - IAM - FIOCRUZ, MARIANA OLÍVIA SANTANA DOS SANTOS - IAM - FIOCRUZ, IDÊ GOMES DANTAS GURGEL - IAM - FIOCRUZ


Apresentação/Introdução
O estudo faz parte do Projeto Desastre do Petróleo e as populações das águas do IAM - Fiocruz PE, e se desenvolve no território desde agosto de 2021. O problema da pesquisa consiste na subsunção do trabalho à disputa territorial vivenciada pelos povos tradicionais na atualidade e suas repercussões na busca pelo BemViver, sendo estratégico construir alternativas para garantir sua autonomia e saúde.

Objetivos
Analisar as dinâmicas relacionadas ao trabalho diante das múltiplas territorialidades no Quilombo Siqueira, identificando desafios para a saúde dos povos das águas.

Metodologia
Estudo qualitativo do tipo estudo de caso descritivo e analítico com triangulação de técnicas, orientado pela observação participante. Foram coletados dados primários a partir da identificação do problema de pesquisa por grupo focal com membros da associação de moradores, entrevista individual com liderança comunitária, etnografia e diagnóstico participativo (foi utilizado o diagrama de fluxo em formato de árvore de problemas) com jovens da comunidade. A coleta aconteceu em fevereiro de 2022 no quilombo Engenho Siqueira, município de Rio Formoso, Pernambuco, tendo como participantes pescadores/as e jovens das comunidades.

Resultados
Foi possível identificar o abandono das atividades de pesca e agricultura por parte da juventude, com adesão ao trabalho em áreas como turismo, construção civil e serviços domésticos. As comunidades são coagidas a se renderem a um trabalho plastificado e superexplorado através do racismo ambiental praticado pelo setor turístico da região com a conivência do Estado. Este processo vem ocorrendo com os povos e comunidades tradicionais da América Latina nas configurações mais recentes do capitalismo global e levando-os à violação do direito à alimentação e a uma vida digna.

Conclusões/Considerações
A atuação do projeto desencadeou a necessidade de auto organização da juventude na reivindicação de direitos e defesa da soberania alimentar, culminando na construção do I Encontro de Jovens do Quilombo Siqueira. A academia articulada com movimentos sociais tem se revelado fundamental na construção de possibilidades para a defesa da autonomia e da saúde de territórios tradicionais, portanto, recomenda-se o fortalecimento destas iniciativas.