Sessão Assíncrona


SA1.1 - SAÚDE E AMBIENTE: AGENTES, PROCESSOS, RESISTÊNCIAS E INSURGÊNCIAS (TODOS OS DIAS)

43829 - REFLEXÕES SOBRE PROCESSOS DE RACISMO AMBIENTAL EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS NO RECÔNCAVO DA BAHIA
ROSANA ANDRADE DE SANTANA - UFBA, GUSTAVO EMANUEL CERQUEIRA MENEZES JUNIOR - UFBA, CLARICE SANTOS MOTA - UFBA, JOILDA SILVA NERY - UFBA, VANESSA PEREIRA DA ROCHA - UFBA, PAULO FRANCISCO DE SOUZA - UFBA, RIVALDO ALMEIDA BARROS DE LIMA - UFBA


Período de Realização
Vivência realizada em comunidades quilombolas do Recôncavo da Bahia entre 28 e 31 de março de 2022.

Objeto da experiência
O presente trabalho tem por objeto apresentar reflexões quanto aos processos de racismo ambiental em comunidades quilombolas no recôncavo da Bahia.

Objetivos
A vivência teve o objetivo de afinar os olhares de parte da equipe de pesquisadores(as); qualificar a elaboração de um roteiro de entrevistas que contemple a coleta de dados qualitativos; além de possibilitar a aproximação entre pesquisadores(as) e comunidades quilombolas envolvidas com a pesquisa.

Metodologia
Imersão inicial para realização de pesquisa em comunidades quilombolas do Recôncavo da Bahia, vinculada ao projeto "Condições de vida e saúde de comunidades quilombolas da Bahia e de Sergipe", financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB), foram realizados diálogos com as lideranças de sete comunidades quilombolas. A partir deste processo vivencial e experiencial são apresentadas reflexões sobre o que foi vivido e apreendido.

Resultados
Observa-se exposições às injustiças ambientais nas dinâmicas de subsistência das comunidades, refletindo diretamente nas questões relacionadas à saúde da população, como também nos processos de titularização de terras. A presença de indústrias que atuam na região ou nas proximidades do leito do rio é uma das principais queixas, vez que, segundo os relatos, dejetos industriais são despejados diretamente no rio, o que, sem a presença de uma fiscalização contundente, gera problemas ambientais.

Análise Crítica
O racismo ambiental está diretamente atrelado às injustiças ambientais, sendo um mecanismo pelo qual as populações de comunidades e grupos étnicos, inclusive mulheres, são desproporcionalmente submetidos e submetidas à exposição a riscos e danos ambientais causados pelo processo econômico capitalista, e nessa mesma proporção são excluídos dos ganhos econômicos gerados nesse processo, destituindo os direitos das populações diretamente afetadas pelas tragédias ambientais.

Conclusões e/ou Recomendações
A partir desta vivência percebemos a importância de observações que considerem a perspectiva do racismo ambiental, uma vez que são explícitos os elementos que estruturam as desigualdades em territórios quilombolas. Esse cenário é refletido nos processos de abandono e ausência do Estado ao negar iniciativas e intervenções que possibilitem ás comunidades usufruírem de condições dignas de sobrevivência