Sessão Assíncrona


SA1.1 - SAÚDE E AMBIENTE: AGENTES, PROCESSOS, RESISTÊNCIAS E INSURGÊNCIAS (TODOS OS DIAS)

43268 - EXPERIENCIANDO A ATENÇÃO À SAÚDE INDÍGENA: VIVÊNCIAS DE DOCENTES DE UM CURSO DE ENFERMAGEM COM O POVO TUPINAMBÁ DE OLIVENÇA, BA
POLLYANNA ALVES DIAS COSTA - UESC, AMANDA SILVA RODRIGUES - UESC, LACITA MENEZES SKALINSKI - UESC, REBECA ANTUNES DO NASCIMENTO - IMIP


Período de Realização
Entre os dias 01 e 11 de junho de 2022, na aldeia Itapoã e na Universidade Estadual de Santa Cruz.

Objeto da experiência
Organização e funcionamento da atenção primária à saúde em território indígena.

Objetivos
Oportunizar a graduandos em enfermagem conhecer a atenção primária em saúde praticada com o povo Tupinambá de Olivença, Bahia.

Metodologia
As experiências envolveram a realização de duas atividades em área indígena e um momento sintetizador na Universidade. Na aldeia, realizou-se: i) roda de conversa com diferentes lideranças indígenas e membros da Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena; ii) percurso no território da aldeia Itapoã juntamente com o Agente Indígena de Saúde e a enfermeira. Na Universidade, docentes e discentes compartilharam percepções e sentidos atribuídos à vivência em área indígena.

Resultados
A experiência na aldeia oportunizou perceber a noção ampliada de território que é compartilhada pelos indígenas e atravessa as práticas da equipe responsável pela atenção básica. Essa noção indígena envolve aspectos da cosmologia Tupinambá que concebe as relações entre pessoas, plantas, animais, recursos naturais e seres espirituais como elementos que condicionam e determinam a saúde. O território é este espaço de relações em torno do qual a vida acontece.

Análise Crítica
A ausência da demarcação do Território implica na vulnerabilização da saúde dos indígenas, comprometendo a vitalidade dos recursos naturais pela ação de não indígenas, dificultando a realização de práticas indígenas de autoatenção à saúde e fomentando o surgimento de novos problemas de saúde relacionados a esse desequilíbrio. As atividades possibilitaram colocar em relevo a luta dos povos indígenas pelo direito à saúde, oportunizando reconhecer o Subsistema de Saúde Indígena como parte do SUS.

Conclusões e/ou Recomendações
A inserção de graduandos de enfermagem no contexto de atenção aos povos indígenas contribui para formação de profissionais capazes de compreender noções ampliadas de território e de saúde, fundamentais para a produção de cuidado. Espera-se que atividades curriculares dessa natureza apoiem a garantia do princípio da atenção diferenciada que norteia as políticas de saúde para povos indígenas em todos os níveis de atenção à saúde do SUS.