Sessão Assíncrona


SA1.1 - SAÚDE E AMBIENTE: AGENTES, PROCESSOS, RESISTÊNCIAS E INSURGÊNCIAS (TODOS OS DIAS)

43022 - ATIVISMO EM REDE E A TRAMA DE CONTROVÉRSIAS NA LUTA CONTRA OS AGROTÓXICOS NO BRASIL
ROGÉRIO DE MAGALHÃES CUNHA - ISC / UFBA, MARINA CHRISTINE ROUGEON FARIAS - ISC / UFBA, LENY ALVES BOMFIM TRAD - ISC / UFBA


Apresentação/Introdução
Desde que o Brasil se firmou entre os maiores consumidores de agrotóxicos no cenário global, há pouco mais de 10 anos, uma intensa relação antagônica entre redes de ativismo e o setor do agronegócio brasileiro (mundial) se estabeleceu no país.“Veneno ou remédio?”, “Mal necessário?”, “Uso seguro?”, “Acabar com a fome no mundo?”, “Ambientalistas radicais, xiitas”… uma trama de controvérsias imensa.

Objetivos
Consiste compreender a trama de controvérsias mobilizada por uma rede de ativismo contra os agrotóxicos, o que mobiliza seus atores, como se dão seus processos de mediação com a sociedade civil, com o poder público e com o campo da Saúde Coletiva.

Metodologia
Estamos realizando, desde 2019, um estudo etnográfico no qual acompanhamos o ator-rede Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida e suas associações com a trama de controvérsias que substancia a disputa contra os agrotóxicos no Brasil. Um estudo que vem sendo realizado por meio da triangulação entre a Teoria Ator-Rede (Bruno Latour, Anemarie Mol, et al.), Teoria das Mediações Sociais (Jesus-Martin Barbero), Ecologia dos Saberes (Boaventura Santos) e as práticas e saberes mobilizados pela própria rede de ativismo em questão.

Resultados
Os resultados preliminares evidenciam a complexidade da disputa e de um ativismo integrado a uma diversidade de problemas socioambientais historicamente presentes no país. Que o ativismo é mobilizado de modo transversal à temática agrotóxicos e de forma multidimensional, perpassando por mediações políticas, econômicas, jurídicas, culturais, comunicacionais etc. Trata-se de uma disputa pelo triplo objetivo de suscitar críticas ao uso abusivo, indiscriminado e criminoso dos agrotóxicos, confrontar a hegemonia do modelo econômico pautado no agronegócio, além de promover um paradigma societário alternativo para o país, baseado na Agroecologia e no Bem-viver.

Conclusões/Considerações
Analisar a disputa contra os agrotóxicos a partir da perspectiva do ativismo em rede e da trama de controvérsias a ela associada tem nos possibilitado compreendê-la com mais profundidade. Uma análise que possibilita entender os pontos-chave do antagonismo, como a relação hegemônica se estabelece e quais os desafios e possibilidades da construção do porvir desta disputa, com base nos olhares, saberes e experiências dessa rede.