SA1.1 - SAÚDE E AMBIENTE: AGENTES, PROCESSOS, RESISTÊNCIAS E INSURGÊNCIAS (TODOS OS DIAS)
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42193 - ENVOLVIMENTO DOS PESCADORES NAS ATIVIDADES DE RESPOSTA AO DERRAMAMENTO DE ÓLEO DE 2019 NO ESTADO DE BAHIA FRANCIE SENTILLES - UNC-CHAPEL HILL GILLINGS SCHOOL OF PUBLIC HEALTH, LOUISE OLIVEIRA RAMOS MACHADO - PPGSAT-UFBA/IESC/UFRJ, LUIZE DA SILVA REZENDE DA MOTA - PPGSAT/UFBA, RITA DE CÁSSIA FRANCO RÊGO - PPGSAT/UFBA, AMANDA NORTHCROSS - UNC-CHAPEL HILL GILLINGS SCHOOL OF PUBLIC HEALTH, VERÔNICA MARIA CADENA LIMA - PPGSAT/DEST/IME/UFBA
Apresentação/Introdução Em agosto de 2019, deu-se início ao maior derramamento de óleo bruto/petróleo da história do Brasil. Até novembro, o petróleo bruto chegou a 11 estados, 130 municípios e 1.009 localidades, vindo de uma fonte não identificada (IBAMA, 2020). Muitas comunidades pesqueiras organizaram atividades de resposta ao desastre visando diminuir os impactos ambientais e econômicos do derramamento.
Objetivos Avaliar o envolvimento dos pescadores na resposta ao derramamento de óleo, os impactos à saúde e o desenvolvimento de um plano de ação para desastres nas comunidades pesqueiras.
Metodologia Este estudo foi desenvolvido em duas comunidades dos municípios Canavieiras e Conde, selecionadas pelos seus atributos geográficos, tamanho e nível de envolvimento no estudo maior anterior. Uma amostra aleatória de 30% dos participantes do estudo original foi selecionada para preencher um questionário de acompanhamento de 40 itens focado no envolvimento em atividades de resposta ao derramamento de óleo e na percepção de apoio do governo e ONGs. Entrevistas semiestruturadas também foram realizadas com líderes comunitários que ajudaram na organização dos esforços de resposta a derramamentos de óleo.
Resultados Participaram do estudo 170 pescadores, para uma taxa de resposta total de 72,34%. 113 (66,5%) entrevistados relataram que ajudaram a remover o óleo das praias e/ou manguezais. Destes, apenas dois relataram que foram remunerados por essa atividade. Aqueles que participaram dos esforços de remoção relataram 11,63 dias de limpeza do óleo, em média (DP = 12,25). As associações de pescadores foram as organizações mais citadas para treinamentos de limpeza, reuniões comunitárias e protestos. Os principais itens para o desenvolvimento do plano de contingência que surgiram durante as entrevistas semiestruturadas incluíram: treinamento, organização de recursos e mobilização de pessoas.
Conclusões/Considerações As comunidades pesqueiras iniciaram os esforços de remoção de óleo, aumentando seus riscos à saúde, pois as respostas institucionais foram atrasadas pela falta de preparo para lidar com emergências. Este desastre expõe a necessidade de revisar os planos de ação e a disponibilidade de recursos nas comunidades pesqueiras. As associações de pescadores representam recursos-chave que as agências do governo podem utilizar para a proteção da comunidade.
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