Sessão Assíncrona


SA1.1 - SAÚDE E AMBIENTE: AGENTES, PROCESSOS, RESISTÊNCIAS E INSURGÊNCIAS (TODOS OS DIAS)

38658 - INTOXICAÇÕES EXÓGENAS ENTRE MULHERES GRÁVIDAS NO BRASIL: UM OLHAR NOS DADOS DE 2007 A 2021 DO SISTEMA NACIONAL DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO - SINAN
RODRIGO PORTELLA - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS, HERLING GREGORIO AGUILAR ALONZO - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS


Apresentação/Introdução
Na população, as intoxicações exógenas são uma importante causa de morbimortalidade evitável, justificando-se sua permanência na lista nacional de agravos de notificação compulsória do Sistema Único de Saúde. Embora o agravo seja objeto de estudo no País, o perfil epidemiológico em grupos suscetíveis da população é pouco conhecido, especificamente, entre as mulheres durante o período de gestação.

Objetivos
Descrever o perfil epidemiológico das intoxicações exógenas entre gestantes no Brasil a partir de notificações no Sistema de Informação de Agravos de Notificação.

Metodologia
Do sistema de informações em saúde (Tabnet) do Datasus, foram selecionadas as notificações de intoxicação exógena entre gestantes, no Sinan, no período de 2007-2021. Para as variáveis selecionadas, considerando a disponibilidade dos dados no sistema, foram descritas as frequências absolutas e relativas conforme o trimestre da gravidez segundo a região e estado de origem, faixa etária (10-59 anos), etnia, agente tóxico, circunstância e tipo de exposição, critério de confirmação, tipo de atendimento, classificação final e evolução.

Resultados
No período, foram 12.052 (0,9%) grávidas do total de 1.354.378 de notificações no Sinan. As maiores frequências foram observadas na região Sudeste (46,2%) e em São Paulo (25,7%); na idade entre 20-39 anos (66%); em pretas/pardas (43%) e brancas (41,9%); em tentativas de suícidio com medicamentos (43,2%) e agrotóxicos/raticidas (9%); em intoxicações agudas (82,9%); com confirmação clínica (65,2%) ou clínica-epidemiológica (26,8%); evolução para cura sem sequelas (82,6%), mas, com elevado número de cesáreas - urgência (46,2%) e eletiva (18,4%), e houve 109 óbitos (0,9%). Para todas as variáveis, as proporções encontradas foram semelhantes nos três trimestres da gravidez.

Conclusões/Considerações
Os dados disponíveis no Sinan mostram o predomínio de intoxicações agudas intencionais, destacando-se as tentativas de suicídio com medicamentos, que demandam e aumentam o número de cesáreas. Chamam a atenção para a acessibilidade aos agentes tóxicos, a necessidade de cuidado em saúde mental, medidas protetivas multiprofissionais e intersetoriais durante a gestação e diminuição da morbimortalidade por exposição química, objetivo 3 dos ODS 2030.