SA2.3 - DESAFIOS ORGANIZACIONAIS E DAS REDES PARA O SUS (TODOS OS DIAS)
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43555 - DESEMPENHO FUNCIONAL DE CRIANÇAS COM SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA VÍRUS. ANA PAULA MEDEIROS PEREIRA - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA/UFBA, DARCI NEVES DOS SANTOS - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA/UFBA
Apresentação/Introdução O desempenho funcional dos sujeitos se dá na interação entre funções e estruturas do corpo, atividade e participação social e fatores ambientais. Diante alterações neurológicas nas crianças afetadas pelo Zika vírus e suas repercussões para o desenvolvimento, surge o questionamento sobre como pode se apresentar o padrão de funcionalidade dessas crianças.
Objetivos Descrever o desempenho funcional de crianças com Síndrome Congênita do Zika (SCZ) e comparar com crianças com desenvolvimento típico e com infecções congênitas por STORCH (sífilis, toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, herpes simplex).
Metodologia Estudo transversal aninhado à coorte DICa. Os dados sobre funcionalidade, variável principal deste estudo, foram coletados no segundo seguimento da Coorte DICa, que iniciou em fevereiro de 2019 e finalizou em agosto de 2019. Assim, como população do estudo, temos 196 crianças, sendo 115 crianças com SCZ, 68 com desenvolvimento típico e 13 com alterações devido a STORCH. Para avaliar funcionalidade foram utilizados os domínios de mobilidade, atividade de vida diária e função social/cognitiva do PEDI-Cat. Os resultados são apresentados utilizando o Escore Normativo, onde pontuações entre 30 e 70 são consideradas normais para a faixa etária.
Resultados Considerando as três dimensões do PEDI-Cat (atividades diárias, mobilidade e cocial-cognitivo), maior escore normativo médio foi observado em crianças com desenvolvimento típico. Com relação ao domínio das atividades diárias, um escore abaixo do esperado foi observado em 64,6% das crianças com SCZ; 1,5% das crianças com desenvolvimento típico; e 46,1% das crianças com STORCH. O escore de mobilidade foi abaixo do esperado para 76,5% das crianças com SCZ; 2,02% das crianças típicas; e 46,1% das crianças com STORCH, enquanto o domínio social cognitivo estava abaixo do esperado para 69,9% das crianças com SCZ; 1,5% das crianças com desenvolvimento típico; e 53,8% das crianças com STORCH.
Conclusões/Considerações Conhecer o perfil de funcionalidade e incapacidade de crianças com Síndrome Congênita do Zika pode contribuir para uma melhor abordagem a essas crianças e suas famílias e para formulação de políticas públicas de saúde, educação, assistência social com vistas a diminuir as barreiras e promover facilitadores para o desempenho das atividades e da participação social dessas crianças. Nesse contexto, é importante o fortalecimento da Atenção Básica.
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