Sessão Assíncrona


SA2.3 - DESAFIOS ORGANIZACIONAIS E DAS REDES PARA O SUS (TODOS OS DIAS)

41517 - MORBIMORTALIDADE E CUSTOS ASSOCIADOS AO PÉ DIABÉTICO NO BRASIL (2010-2021)
ERICO GURGEL AMORIM - UFRN


Apresentação/Introdução
O pé diabético é uma complicação crônica do diabetes associado a vasculopatia, neuropatia e infecção. A úlcera em pé diabético, além de recorrente, é a principal causa de amputação não traumática de membros inferiores.
conhecer a incidência e as complicações de procedimentos hospitalares por pé diabético poderá embasar ações de saúde para controle do diabetes e de seus desfechos desfavoráveis.

Objetivos
Descrever a incidência, o tempo de internação, os custos e a taxa de complicações de procedimentos hospitalares por pé diabético no Brasil no período entre 2010 e 2021.

Metodologia
Trata-se de uma pesquisa epidemiológica, de natureza descritiva, desenvolvida a partir de dados secundários obtidos a partir do Sistema de informações hospitalares (SIH), disponível no site do Datasus (https://datasus.saude.gov.br/informacoes-de-saude-tabnet/). A coleta dos dados ocorreu em 01 de Junho de 2022 e considerou o período compreendido entre janeiro de 2010 a dezembro de 2021. Posteriormente, os dados foram tabulados em planilhas no microsoft Excel com subsequente elaboração de índice e indicadores.

Resultados
Entre 2010 e 2021, foram realizados no Brasil 202.520 procedimentos hospitalares por pé diabético, com aumento de 257,5% na incidência anual, passando de 9.276 em 2010 a 23.890 em 2021. A média anual de procedimentos no período foi de 16877. A região Nordeste apresentou o maior número (76.636) e a Centro-Oeste, a menor (12.704).
3,4% dos procedimentos foram do tipo eletivo e 96,7% de urgência. O tempo médio de internação foi de 7,8 dias, (7,4-8,5). O maior tempo médio foi na região norte (8,3) e o menor na região Sul (6,7).
A taxa de mortalidade foi de 3,1% (2,79-3,73). A maior taxa foi na região Nordeste (3,63%) e a menor na Centro-Oeste (2,09%). O valor médio por procedimento foi R$ 571,3.

Conclusões/Considerações
Procedimentos em pé diabético complicado tem aumentado substancialmente ao longo dos últimos anos, com destaque para a região Nordeste. Além do elevado custo, tais procedimentos relacionam-se a taxas de mortalidade persistentes e potencialmente evitáveis.
Intervenção precoce e efetiva frente ao quadro de pé diabético complicado aliada ao controle metabólico poderão contribuir para melhor prognóstico e menores taxas de mortalidade em diabéticos.