Sessão Assíncrona


SA2.3 - DESAFIOS ORGANIZACIONAIS E DAS REDES PARA O SUS (TODOS OS DIAS)

40601 - RELAÇÃO DA NÃO ADESÃO AO TRATAMENTO DE TUBERCULOSE COM OS DETERMINANTES SOCIAIS DE SAÚDE
VALERIA CAPRIOLI BREDA - FACULDADE DE MEDICINA DE PETRÓPOLIS, ISADORA MUELLER TKOTZ - FACULDADE DE MEDICINA DE PETRÓPOLIS, MANUELA RODRIGUES BORSATTO - FACULDADE DE MEDICINA DE PETRÓPOLIS, CAROLINE LINHARES MACHADO - FACULDADE DE MEDICINA DE PETRÓPOLIS, DANIELA LACERDA SANTOS - FACULDADE DE MEDICINA DE PETRÓPOLIS, JOSÉ HENRIQUE DE CUNHO - PREFEITURA MUNICIPAL DE PETRÓPOLIS


Período de Realização
O período de realização do trabalho compreendeu entre o mês de maio de 2021 a outubro de 2022.

Objeto da experiência
Vivência no Departamento de Doenças Infectoparasitárias do Município de Petrópolis-RJ, por alunas do 5º período do curso de medicina.

Objetivos
Identificar o perfil dos usuários que levaram ao sucesso ou falha na adesão ao tratamento da Tuberculose no Município de Petrópolis no Período de 2002 a 2020.
Especular se os fatores de não adesão identificados estão associados a determinantes sociais específicas.


Metodologia
Experiência das alunas do 5º período da Faculdade de Medicina de Petrópolis-FMP, sobre pesquisa em parceria com o Departamento de Doenças Infecto Parasitárias (DIP), no intuito de entender o porquê da não adesão ao Tratamento Diretamente Observado (TDO), após análise na disciplina de Informática do Sistema Único de Saúde – DATASUS. A coleta de dados foi feita por meio da avaliação de 51 prontuários de pacientes que abandonaram o tratamento no DIP, de 2002 a 2020.

Resultados
Foi observado que a maioria dos usuários (66,7%) é do sexo masculino. A idade varia entre 31 e 40 anos (41,2%), 43,1% cursaram até o ensino fundamental. Quanto aos determinantes sociais, notou-se a prevalência de tabagistas, etilistas, co-infectados pelo HIV e pacientes de profissões estigmatizadas. No que tange ao determinante social de acesso ao serviço, os usuários oriundam de várias localidades, inclusive de municípios vizinhos, como Duque de Caxias e Três Rios, por exemplo.

Análise Crítica
Apesar do TDO ser preconizado pelo Sistema Único de Saúde, o peso dos determinantes sociais dificulta o acesso e adesão ao tratamento. O Programa Municipal de Controle da Doença utiliza o método autoadministrado com outros mecanismos: busca ativa de faltosos, flexibilização de modalidades de atendimento, distribuição de cestas-básicas e fornecimento de passagem de transporte público gratuito para consultas. No entanto, estes mecanismos não conseguem sobrepujar as desigualdades sociais.

Conclusões e/ou Recomendações
É conhecido na literatura que a tuberculose é um grave problema de saúde pública mundial, apesar de ser uma doença curável e evitável. Assim, a tuberculose opera como um marcador de iniquidade social em saúde, vinculado às precárias condições de vida. Independente das tecnologias em saúde, enquanto houver expressiva disparidade social e pessoas vivendo em condições precárias, as ações criadas não conseguirão resolver o problema.